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PATRIMÔNIO

Restauro: Complexo dos Mercedários receberá R$ 36 milhões

Projeto envolve salas de aula, museu, galeria de arte, cineclube, livraria e auditório, além do curso de arqueologia da universidade. Contrato envolve Estado, Prefeitura, Instituto Vale e Arquidiocese de Belém

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Imagem ilustrativa da notícia Restauro: Complexo dos Mercedários receberá R$ 36 milhões camera O contrato de liberação dos recursos foi assinado pelo governador Helder Barbalho, Aloísio Mercadante (BNDES), Emmanuel Tourinho (UFPA), Hugo Barreto (Vale), Roberto Ferraz (Fadesp), Dom Alberto Taveira e o prefeito Edmilson Rodrigues | FOTO: Celso Rodrigues

O Complexo dos Mercedários de Belém terá financiamento de R$ 36,3 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para projeto de restauro e reabilitação elaborado pela Universidade Federal do Pará (UFPA). A assinatura do contrato - que envolve ainda a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), a Arquidiocese de Belém do Pará e o Instituto Cultural Vale - ocorreu na manhã desta quarta (4), no auditório superior do Polo Mercedários da UFPA, em Belém.

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O documento foi assinado pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; pelo reitor da Universidade, Emmanuel Tourinho; pelo presidente da Fadesp, Roberto Ferraz Barreto; pelo presidente do Instituto Cultural Vale, Hugo Barreto; pelo governador Helder Barbalho (MDB); pelo prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL); e pelo arcebispo metropolitano, Dom Alberto Taveira.

Na mesma ocasião foi também assinado o Memorando de Entendimento entre o Instituto Cultural Vale e a Fadesp, para o qual está prevista a destinação de R$ 10 milhões ao projeto de restauro e reabilitação do Polo Mercedários. Os valores serão repassados em duas parcelas, entre os anos de 2023 e 2024.

Mercadante disse que a parceria entre o governo federal e o estado do Pará está apenas começando. “O que a gente quer é colocar Belém no centro, e para isso precisa de muito investimento. Precisamos recuperar a história, as grandes referências e reconstruir história do Brasil. Quando Igreja e Estado conseguem trabalhar juntos e bem, podem fazer muito mais. Que este seja um espaço muito rico da cultura. Esse processo não para aqui. Já estamos pensando em mais coisas, em breve teremos grandes novidades”, prometeu.

Para Helder Barbalho, o trabalho que junta governo federal, estadual, Arquidiocese, UFPA e demais parceiros vai permitir que a história da capital e do estado seja reacesa e valorizada. “Festejo a iniciativa da igreja de fazer o chamamento para quem pode cooperar na retomada deste que é um dos espaços mais extraordinários do nosso estado. Não é só a questão física, esse trabalho significa preservar e reestabelecer a posição histórica de figuras determinantes para chegarmos até aqui. É valorizar o presente e projetar o futuro”, declarou.

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O prefeito de Belém lembrou que a fachada do Complexo dos Mercedários é uma das poucas do mundo feita em formato convexo. “É um monumento de extrema singularidade. Agradecemos a União, e a Arquidiocese pelo desprendimento de conceder à UFPA a oportunidade de transformar esse espaço sem negar a fé católica e ao mesmo tempo afirmar a fé no conhecimento técnico-científico”, pontuou Edmilson.

Dom Alberto Taveira reconheceu sobre as benesses do empenho conjunto. “Muito bom saber que estamos juntos e não temos bandeiras diferentes. Queremos dizer ‘a casa é nossa’, e a UFPA diz isso, a Igreja diz, a Arquidiocese. Nossa certeza é de que muita coisa poderá ser feita em comum para o crescimento da cidade e da cultura”, analisou o religioso.

O reitor da UFPA lembrou que as instituições públicas de Ensino Superior têm muito a contribuir com a sociedade, mas não podem fazê-lo sem apoio. “Parabenizo o BNDES pela iniciativa que desenvolve em nome da conservação e patrimônio cultural. É muito bom ver que as federais brasileiras podem contar com a união de ministérios e outros entes do governo federal. Esperamos que este seja apenas o primeiro de vários projetos da UFPA a contar com o apoio do Banco”, enalteceu Tourinho.

Hugo Barreto ressaltou que esse contrato precisa ser muito celebrado, visto que é resultado da mobilização de toda a universidade e muitas organizações. “É um grande trabalho de atuação colaborativa em torno do propósito de preservar memórias do conjunto arquitetônico precioso criado pelo arquiteto italiano Antonio Landi [1713-1791] na região. Quem não preserva sua memória não constrói futuro digno”, defendeu.

EDITAL

O projeto de restauro do conjunto arquitetônico composto pela Igreja das Mercês e pelo antigo Convento dos Mercedários, foi elaborado pela equipe do Laboratório de Conservação, Restauro e Reabilitação (Lacore), da UFPA, e submetido a um edital público do BNDES em 2021. Trata-se de uma construção iniciada em 1640 refeita a partir de 1748, após um grande incêndio.

O restauro do conjunto arquitetônico inclui novas instalações elétricas, hidrossanitárias, de drenagem pluvial e esgoto, além de acessibilidade, segurança e combate a incêndios. O espaço está cedido à UFPA pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU) desde 2018. As obras têm previsão de iniciar ainda no fim deste ano.

Além das atividades acadêmicas e científicas já em andamento, o espaço abrigará a nova Galeria de Arte da UFPA (GAU), uma livraria da Editora da UFPA, um Museu de Ciências do Patrimônio Cultural, um projeto de ensino da Escola de Música da UFPA (Emufpa), um cineclube, um novo auditório com capacidade para 175 pessoas e um espaço expositivo para atividades relacionadas à vocação do ambiente.

Reservas técnicas do Lacore e de Arqueologia também integram o escopo do projeto. A meta é que o complexo restaurado seja integrado às atividades da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP-30, que será realizada em Belém, em 2025. Como espaço privilegiado no centro da cidade, o Polo Mercedários da UFPA deve tornar-se um equipamento acadêmico e cultural de enorme valor para a população de Belém e visitantes, com significativo impacto para a preservação, a conservação e o restauro do patrimônio cultural amazônico.

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