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ECONOMIA VERDE

COP 30 pode abrir portas a parcerias para a sustentabilidade

Conferência do Clima da ONU pode ser a vitrine para iniciativas locais que buscam proteger o conhecimento científico e a biodiversidade, e que buscam soluções para problemas da região

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Imagem ilustrativa da notícia COP 30 pode abrir portas a parcerias para a sustentabilidade camera Alexandre Carvalho (ao centro, de preto), da Hub Amazônia Consultoria em Inovação. Abaixo, Ingrid Teles, da startup Ver-o-Fruto | (Arquivo - Pessoal)

A realização da COP 30 na capital paraense, em 2025, representa a possibilidade de colocar a Amazônia, as pessoas que vivem nela e seus negócios, no centro do debate para desenvolver o território de forma sustentável, respeitando as comunidades tradicionais e solucionando problemáticas locais.

Para isso, iniciativas vêm pensando estratégias e destacam a importância de se preparar visando também outras futuras colaborações e parcerias durante a Conferência do Clima da ONU.

O consultor em Propriedade Intelectual e CEO (diretor executivo) da Hub Amazônia Consultoria em Inovação e Meio Ambiente, Alexandre Carvalho, acredita que a COP 30 irá colocar o Brasil, em particular a região amazônica, no epicentro do debate internacional entre proteção ambiental e constituição de novos negócios que valorizam o conhecimento científico, a biodiversidade e o conhecimento tradicional na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

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Diante disso, ele afirma que a empresa já estabeleceu parcerias estratégicas com o Instituto Lixo Zero Brasil – no qual ele e a assistente social Sandra Greidinger, são embaixadores e atuam com o projeto no município de Ananindeua; a Faculdade Estácio Ananindeua e a Usina de Startup, empresa privada com fins lucrativos e sociais.

“No próximo ano, acreditamos que novas parcerias vão ser constituídas, com outras organizações, mas, preferencialmente, na construção de novas startups e negócios inovadores que também apostam na sustentabilidade”, reforçou.

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Enquanto consultor em Propriedade Intelectual, que trabalha com proteção legal e reconhecimento de obras de autoria intelectual, Carvalho aconselha: “Num cenário de competitividade e inovação é fundamental que empreendedores promovam a gestão de seus ativos econômicos por meio da propriedade intelectual, como por exemplo, a proteção da marca de seus negócios, a proteção de patentes de seus ativos inovadores, contratos e negociação. Os negócios associados à bioeconomia e a sustentabilidade têm estreita relação com a ciência e inovação. Assim, é fundamental se utilizar da propriedade intelectual como instrumento de competitividade para seu negócio”, orientou.

Ele ainda considera que os elementos identificadores e, portanto, o diferencial da Amazônia, são a floresta, a biodiversidade e o conhecimento tradicional dos povos da região. Assim, construir negócios inovadores pautados no conhecimento científico e que valorizem o potencial econômico da sustentabilidade do território amazônico é fundamental para uma estratégia bem sucedida do empreendimento.

“Para isso é necessário fazer o uso estratégico para Propriedade Intelectual, protegendo o conhecimento, fazendo uso dos instrumentos legais de proteção, como contratos, acordos de confidencialidade, por exemplo, e também definir uma estratégia de marketing e negociação”, disse.

Alexandre, que se define como um entusiasta da inovação e do empreendedorismo inovador, acredita no propósito de desenvolver a Amazônia com equilíbrio ambiental e respeito aos direitos de povos e comunidades tradicionais. Para ele, oportunidades de investimentos para negócios que utilizam da biodiversidade e proteção ambiental como biocosméticos; turismo; novos materiais; novos fármacos; mobilidade urbana e outros que afetam diretamente a qualidade de vida da população, terão destaque no período que antecede a COP 30.

“A bioeconomia é a estratégia para se alcançar um verdadeiro desenvolvimento sustentável para a região, construindo meios de geração de emprego e renda sem destruir o meio ambiente. Para tanto, uma aliança estratégica entre o poder público, por meio de políticas públicas e investimentos, o capital econômico da iniciativa privada e o capital intelectual construído pelos centros de pesquisa e universidades, têm que caminhar juntos no propósito de construir um novo modelo de desenvolvimento para a região”, completou.

PREPARAÇÃO

Um bom exemplo de inovação, identidade e conhecimento científico é a startup Ver-o-Fruto, da fundadora e engenheira de produção por formação Ingrid Teles, de 30 anos. Entendendo que é possível mudar a realidade de pessoas da Amazônia a partir de materiais da própria floresta, ela revela quais foram as inquietações que a impulsionaram para a iniciativa.

“A Ver-o-Fruto nasceu após participar de um Círio Fluvial. Ao término, fui até à Ilha do Combu. Lá, me deparei com um senhor tomando banho na água do rio, na hora, questionei: ‘qual será a qualidade da água que essas pessoas têm acesso?’. Atrelado a isso, eu já tinha um grande incômodo com a forma com que os caroços de açaí eram destinados na Região Metropolitana de Belém. Dessa maneira surgiu outro questionamento: ‘por que não trabalhar um problema sendo a solução do outro?’. E assim comecei a dar os primeiros passos”, contou.

O projeto nasceu no coração de Ingrid em 2017, mas só em 2022 tomou forma de CNPJ. Hoje, a startup funciona no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT) e tem como principal propósito universalizar o acesso à água segura na Amazônia.

Para isso, a pesquisadora desenvolveu um sistema de tratamento da água do rio a partir da semente do açaí. Para arcar com os custos do sistema nas comunidades das ilhas do entorno de Belém, prioridade do projeto, sabonetes faciais produzidos com a semente residual do açaí são comercializados no valor de R$ 1,00. Atualmente a produção é terceirizada, em Benevides.

“Hoje temos um projeto piloto no espaço Aruna na Ilha do Combu, que já está na etapa final, e também temos um na casa do Celso (morador da Ilha das Onças). Estamos em fase de validação de nosso modelo de negócios e buscamos tornar o sistema financeiramente sustentável, para dessa maneira poder levá-lo para cada parte da Amazônia”, destacou.

Com experiência de sete anos na área de bioeconomia circular, Ingrid acredita na COP 30 como uma possibilidade de viabilizar a construção do sistema nas comunidades por meio de parcerias e investidores. Para isso, está atenta às oportunidades para destacar a iniciativa. “Através de parcerias que foi possível fazer o sistema que temos hoje. Foi através de editais que pudemos dar esse grande passo, assim como parceiros como o Sebrae, que já tem várias ações para a COP 30, sendo possível mostrar nosso trabalho e buscar formas de chegar em locais que antes, sozinhos, não seria possível. Sobre investimentos, estamos acompanhando editais e chamadas para negócios de impacto, dessa maneira buscamos aumentar o número de pessoas assistidas por nosso sistema de tratamento de água na Amazônia. Queremos mostrar que, a implantação do sistema e o acesso à água pode ser o primeiro passo para o desenvolvimento local”, comentou.

Confiante no futuro da Amazônia por meio da preparação de bons e sustentáveis negócios, ela completa: “Acredito na bioeconomia feita na Amazônia, feita pelas pessoas que estão na base dela, trabalhando a conservação da floresta e trabalhando o desenvolvimento sustentável local, e dessa maneira poder mostrar o verdadeiro valor e potencial da Amazônia, para o mundo, através da floresta em pé”.

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