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CONFERÊNCIA DA ONU

COP 30 em Belém será um marco histórico na Amazônia

Pela primeira vez desde a criação da Conferência organizada pelas Nações Unidas, os participantes da programação discutirão as mudanças climáticas dentro da realidade amazônica no Brasil.

Imagem ilustrativa da notícia COP 30 em Belém será um marco histórico na Amazônia camera Belém será sede do evento a partir de 10 de novembro de 2025 | Wagner Santana/Diário do Pará

Com a oficialização de que Belém será sede da 30ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP 30) em 2025, o Brasil então sedia pela primeira vez uma edição do evento ambiental mais importante do planeta, e justamente onde mora parte do problema e a chave da solução para o clima: na Amazônia.

Provavelmente também pela primeira vez desde a criação da Conferência organizada pelas Nações Unidas (ONU), os participantes da programação discutirão o tema de maneira - sem exagero algum - imersiva.

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Embora tenha sido anunciado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em junho deste ano, durante cerimônia realizada em Belém, a confirmação por parte da própria ONU veio somente há poucos dias durante a COP 28, realizada no início de dezembro deste ano, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A decisão tomada em consenso foi anunciada no dia 11, após plenária. A COP 30 será entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025.

DECISÕES

Para o governo estadual, uma COP em plena Amazônia pode ser crucial para que seus participantes e principalmente tomadores de decisões tenham mais elementos para tomá-las a partir de então, e para que essas decisões tenham impactos positivos e mais palpáveis para quem vive nesta região.

A preparação para o evento daqui a menos de dois anos começou agora mesmo em 2023, com diversas programações, incluindo os Diálogos Amazônicos, Cúpula da Amazônia, Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, realizadas entre agosto e setembro, dentre vários outros eventos.

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“Temos muito trabalho pela frente e tenho certeza de que daremos conta, e estaremos todos juntos, com a vice-governadora Hana Ghassan na coordenação estadual da COP, e o Governo do Pará, junto com o governo brasileiro, para a realização da mais extraordinária COP de todos os tempos”, declarou o governador Helder Barbalho em postagem nas redes sociais logo após o anúncio do dia 11 de dezembro.

“É a COP da floresta, na natureza, a COP da nossa gente. Vamos mostrar que somos capazes de aproveitar esta oportunidade para buscar soluções para o meio ambiente e para o nosso povo que vive na Amazônia”, reforçou.

Engenheiro agrônomo e co-fundador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o pesquisador Beto Veríssimo avalia o momento como um marco histórico comparado a um outro ocorrido ainda no fim do século 19.

“Depois da borracha, do ciclo da borracha, nunca tivemos um momento econômico potencialmente tão importante como agora na questão do clima e da importância que isso tem para a nossa economia. A agenda de clima não é só ambiental, é também de desenvolvimento econômico e social. Então eu diria que a escolha da Amazônia tem um significado mais do que simbólico: é estratégico. E importa para o mundo e para nós, da Amazônia”, explica.

Amazônia na frente, outro nível de discussão

A união já posta entre governos federal, estadual e municipal precisa ser efetivo e precisa gerar mais efeitos o quanto antes, no entendimento de Beto Veríssimo. “Para mostrar que a Amazônia é porto seguro para investimento verde há uma série de coisas que precisam acontecer, ser aceleradas: estratégia de bioeconomia, restauração florestal, todos esses investimentos são super importantes. Nós, da Amazônia, devemos procurar criar uma agenda de consenso, de coalizão, apesar dos diferentes interesses, o que é normal, mas a gente tem que estar unido em relação a essa oportunidade que, eu repito, vai depender da nossa capacidade. Não é só civicamente”, pondera Beto.

Diretor executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), André Guimarães engrossa o coro de que a “COP das florestas” já é um conjunto de justificativas e de elementos de importância incomparáveis, que dará a possibilidade de convidar as pessoas a conhecerem não só a floresta, mas sua importância para a estabilidade climática do planeta. “Vai ser uma oportunidade para conversar sobre vegetação nativa, conversar sobre desmatamento, sobre desenvolvimento humano e econômico em regiões florestais. É a COP que vai por as florestas tropicais à frente do debate”, analisa.

Um outro fator de importância para André é que 2025 marca os dez anos do Acordo de Paris, e que este quando foi estabelecido previa uma revisão, após uma década, das contribuições nacionalmente determinadas (NDCs, sigla em inglês) de cada país. Então o que se espera na COP de Belém é que os países envolvidos tragam um aumento de ambição.

“A gente sabe hoje que, se tudo que foi prometido no Acordo de Paris há oito anos for cumprido, a gente não consegue chegar nem a um grau e meio de redução na temperatura, e nem nos dois graus no final deste século. Então a gente tem que ir além, os países tem que apresentar compromissos mais rigorosos e mais ambiciosos, e isso deve acontecer também na COP 30”, antecipa.

Assim como Veríssimo, o representante do Ipam reforça que a anfitriã da COP 30 está tanto no problema como na solução do problema, e isso leva a discussão a um outro nível. “Ao ser desmatada, a floresta é parte do problema, porque está emitindo carbono e jogando na atmosfera. Mas ao ser preservada e restaurada, torna-se solução porque fixa carbono, mantém estocado. Então a equação do clima do planeta não para de pé sem as florestas tropicais, e mais uma vez a Amazônia fica na dianteira”, justifica.

COP 30 em Belém será um marco histórico na Amazônia
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