Augusto Montenegro a avenida dos acidentes 

Na segunda-feira, 8, um acidente na avenida Augusto Montenegro, em Belém, resultou na morte de Carlos Eduardo Santos, 44 anos. Testemunhas disseram que o motociclista colidiu com um ônibus.

No dia seguinte ao acidente, o DIÁRIO flagrou práticas proibidas na via, como motoqueiros sem capacete, motoristas sem o uso do cinto de segurança e condução perigosa de veículos. “Este não foi o primeiro acidente que ocorre aqui, mas ainda assim as pessoas não se importam e persistem em arriscar suas vidas,” declara o autônomo Juraci Ferreira, 43.

Por ser uma via que conecta diversos bairros de Belém, desde o Entroncamento até o distrito de Icoaraci, é natural que em determinados horários haja um intenso fluxo, o que ocasiona lentidão no trânsito. Esse cenário, porém, é agravado por outros fatores de risco, como velocidades acima do permitido, conversões proibidas e pedestres atravessando fora da faixa destinada a eles.

Conteúdos relacionados:

• Ônibus do BRT atropela motociclista em frente ao Mangueirão
• Bebê nasce dentro de carro de aplicativo em Belém
• Edital para 60 mil CNHs de graça no Pará é lançado hoje

“Trabalho há um tempo vendendo bombons próximo ao Terminal do Mangueirão, e todos os dias acontece algo, desde situações mais graves até as mais leves. As pessoas não têm paciência para esperar alguns minutos e fazer o correto. Acho uma atitude irresponsável”, acrescenta Juraci.

Outro ponto crítico se estende do conjunto Satélite até o Terminal Maracacuera, no distrito de Icoaraci. Foi nesse trecho que, na noite de 15 de outubro de 2023, uma mulher foi atingida por um veículo em alta velocidade enquanto atravessava próximo da entrada do Tenoné, pelo BRT. O condutor não podia trafegar na via. Após o atropelamento ele fugiu sem prestar socorro à vítima.

A utilização inadequada da ciclofaixa por automóveis e motocicletas em diversos pontos da Augusto Montenegro parece ser uma ocorrência comum. Além disso, motociclistas foram flagrados atravessando a faixa de pedestres, se deslocando de um lado para o outro, mesmo na presença de crianças e idosos no local. Alguns sem capacete ou transportando um número excessivo de passageiros.

Quer ler mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no Whatsapp

“Se formos enumerar todas as imprudências que ocorrem diariamente aqui, vai faltar espaço no jornal”, afirmou Eduardo Medeiro dos Santos, 59. “Muitos motociclistas levam crianças sem capacetes. Outros só sabem usar a moto se ultrapassarem o número de passageiros. Os semáforos são respeitados por poucos” completa o eletricista.

FAIXA

Jamile Silva, 29, utiliza a faixa de pedestre para chegar ao trabalho. “Preciso ter muita atenção, pois do nada surge um carro na nossa frente. O mais curioso é que os motoristas ainda ficam irritados quando reclamamos, sem perceber que colocam em risco, principalmente, os idosos e as crianças,” relata a vendedora.

Nesse ponto, há um elevado onde conversões proibidas acontecem frequentemente. O que mais chama a atenção é que a conversão autorizada para veículos fica a cerca de cinco metros de distância do local onde ocorrem as infrações. Além disso, o espaço possui sinalizações indicando que a prática é proibida, mas ainda assim os motoristas e motociclistas insistem no erro.

Jamile mencionou que no mês passado uma idosa foi atingida por uma moto em cima da faixa de pedestre desse ponto. “Ela estava no local apropriado, atravessando no espaço indicado. No entanto, alguns motociclistas acham que podem usar as faixas livremente junto com as pessoas. Eu acho isso um absurdo, e essas pessoas deveriam ser penalizadas por colocar a vida dos outros em risco”.