Quinze comunidades de territórios ribeirinhos e quilombolas do Pará venderam produtos agroecológicos ontem (08), durante a “Feira do Bem Viver: a economia popular dos territórios”, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Belém. Esta é a primeira edição da feira realizada pela Cáritas Brasileira Regional Norte II em parceria com as comunidades que fazem parte do projeto Programa Global das Comunidades da América Latina.

A secretária executiva da Cáritas Brasileira Regional Norte II, Ivanilde Silva, destaca que a intenção é repetir a experiência ao longo de 2024, com mais adesões de produtores e ampliação dos produtos. “Nosso objetivo é fortalecer a atividade econômica das regiões amazônicas, entendendo que o modo de vida dos povos tradicionais leva ao uso equilibrado dos recursos naturais e que contribui para a conservação da natureza, o que ajuda a evitar a crise climática”, explica.

“A gente percebe que tem vários grupos de mulheres, a presença feminina é muito forte. Nesse esforço também de responder a tantas violações que a mulher sofre hoje na sociedade, não somente na área urbana, mas também no campo. E aí a Cáritas vem com esse incentivo, esse apoio a esses grupos produtivos nas comunidades para que elas possam estar tendo essa oportunidade de ter outras formas de sobrevivência, principalmente nesse aspecto de fortalecimento da geração de renda para essas mulheres”, afirma.

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Na feira, era possível encontrar vendas de farinha, frutas (polpa e in natura), hortaliças, mel, licor, doces (biscoitos, roscas e chocolates), artesanato (brochuras, bolsas, brincos e demais acessórios do vestuário) e brinquedos de miriti. O local também contou com o serviço de uma trancista especializada em tranças nagô.

Os produtos ofertados na feira vieram dos Territórios Quilombolas de Jambuaçu (Comunidades São Sebastião, no Moju), São José do Icatu (Mocajuba), Abacatal (Ananideua), Tauerá Açu e Bom Remédio (Abaetetuba), Terra da Liberdade (Cametá). E também dos assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e de coletivos de mulheres de Belém, Ananindeua e Benevides, reunidas na rede Recomsol.

A expositora Nilza Farias, de 56 anos, conta que trabalha há mais de 7 anos nesse trabalho coletivo na Terra Quilombola São José de Icatu, em Mocajuba. “A gente atua e faz esse trabalho coletivo, sendo a nossa fonte de renda. Inclusive eu tenho a minha empresa já vendendo produtos com castanha, bolos e doces com a nossa produção local. É muito gratificante ter o nosso trabalho reconhecido”.

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