Ana Lúcia*, uma dedicada enfermeira com 18 anos de experiência, residente no bairro do Parque Verde, em Belém, teve sua vida financeira e emocional impactada drasticamente pelo golpe do falso empréstimo em 2022.
Buscando soluções financeiras para quitar o financiamento de um veículo adquirido com muito esforço, ela se deparou com anúncios tentadores na internet, sem imaginar que isso a levaria a uma experiência traumática que abalaria sua autoestima e bem-estar emocional.
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Após preencher um cadastro em um desses sites, Ana Lúcia foi abordada por telefonistas de uma quadrilha de estelionatários. Utilizando técnicas de engenharia social, convenceram-na a assinar um contrato por meio de um aplicativo de mensagens, omitindo cláusulas prejudiciais. Desprevenida, ela não percebeu uma multa de 40% em caso de desistência.
Os criminosos criaram obstáculos fictícios para a liberação dos supostos valores do empréstimo, levando Ana Lúcia a depositar quantias em dinheiro que chegaram a quase R$ 12 mil na conta da quadrilha, acreditando estar mais próxima de resolver seus problemas financeiros.
Um dos artifícios foi alegar o pagamento de um imposto, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que, segundo os golpistas, seria de pagamento obrigatório por parte dos clientes no momento da tomada de um empréstimo.
No entanto, após esgotar seus recursos ao fazer os depósitos, Ana Lúcia não conseguiu mais entrar em contato com a instituição bancária fraudulenta.
PREJUÍZO FINANCEIRO E DESGASTE EMOCIONAL
A enfermeira, agora, enfrenta não apenas dificuldades financeiras, mas também o desgaste emocional de ter sido enganada por essa fraude tão bem elaborada e, para piorar, ter sido obrigada a devolver o veículo por não mais ter sido capaz de pagar as parcelas do financiamento.
"Nunca imaginei que, em busca de uma solução para meus problemas financeiros, eu acabaria sendo vítima de pessoas tão cruéis. O pior é que elas exploraram a confiança que eu tinha nas instituições sérias, e no fim de tudo acabei me sentindo uma idiota por não ter visto o que aconteceria. Parece que fiquei cega, que elas me cegaram naqueles dias", desabafou a enfermeira, que ainda tenta se recuperar do impacto emocional da situação.
"Além das consequências financeiras, esse golpe abalou minha confiança, minha autoestima. É um abalo emocional que ainda não consegui superar totalmente. É decepcionante perceber como pessoas sem escrúpulos podem se aproveitar da fragilidade alheia. Agora, estou muito mais desconfiada do que era antes e sempre que posso também procuro alertar outras pessoas para que não caiam na mesma armadilha", revelou.
Essa reviravolta na vida de Ana Lúcia mostra como os fraudadores, fazendo uso criminoso de instituições sérias e da boa-fé das vítimas, vêm conseguindo lesar milhões de consumidores nos últimos anos.
*A reportagem utilizou um nome fictício para preservar a privacidade da vítima.
Repórter: Sales Coimbra
"Sales Coimbra é paraense, jornalista e professor de Língua Portuguesa graduado pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Em sua atuação profissional, procura combinar as paixões pelo futebol e pela literatura. Integra a redação do DOL desde 2022".
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