Ter certo repúdio a determinados alimentos é normal de qualquer pessoa e ainda mais comum entre as crianças. Porém, é possível treinar o paladar para começar a ingerir itens que são indispensáveis para quem deseja manter uma alimentação mais saudável e equilibrada. De acordo com especialistas, os hábitos alimentares podem se modificar ao longo da vida, mas é preciso estar aberto a experimentações e novos sabores.
A nutricionista Flávia Lopes, conta que as papilas gustativas, estruturas localizadas na língua e que ajudam a sentir o sabor dos alimentos, começam a se formar ainda na fase fetal. “Por volta da sétima semana de gestação, as primeiras células gustativas aparecem. No início do segundo trimestre, quando o bebê começa a engolir o líquido amniótico e as papilas estão mais maduras, ele já será capaz de diferenciar sabores, pois o líquido amniótico passa por mudanças químicas ao longo da gestação e também absorve sabores dos alimentos que a mãe ingere”, explica.
A especialista afirma que gostar de novos alimentos nem sempre será uma tarefa fácil para as crianças, pois algumas podem apresentar algo chamado de “neofobia alimentar”, na qual o medo por alimentos novos a impede de aceitar. “Nesse, caso é sempre necessário que a criança tenha bastante contato com o alimento que se deseja inserir no repertório alimentar, seja através de brincadeiras com figuras para colar, pintar; evoluindo para brincadeiras com o alimento em si, como por exemplo oferecer uma fruta para uma boneca comer”, orienta.
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Flávia Lopes destaca também que algumas crianças podem apresentar alterações sensoriais e comportamento rígido na escolha dos alimentos, com preferências por somente um tipo de cor ou textura. “Nesses casos, uma avaliação mais criteriosa e um acompanhamento multiprofissional pode ser necessário. Nos casos dos adultos que apresentam dificuldade em inserir novos alimentos, podem adotar a estratégia inicial de inserir o alimento junto a outro que consegue consumir”, indica.
A nutricionista lembra ainda que os hábitos alimentares dos pais/responsáveis podem afetar diretamente no paladar das crianças, tanto geneticamente quanto por influência. “As crianças têm os pais como referências para tudo e a alimentação não foge disso. O que a criança vê o adulto consumindo se torna familiar para ela. Isso pode influenciar nas suas escolhas alimentares tanto a curto quanto a longo prazo”, observa.
No caso dos adultos também é possível passar a gostar de determinado alimento mais tardiamente. “Mesmo na fase adulta, o paladar continua se desenvolvendo e pode se adaptar a novos sabores. Inclusive, deixando de gostar de sabores já bem estabelecidos. Portanto, é possível, por exemplo, deixar de consumir sucos adoçados após acostumar o paladar por um tempo sem açúcar”, conta Flávia Lopes.
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DICA
ENSINANDO A GOSTAR DE ALIMENTOS
1 - Misturar o alimento com outros que já fazem parte do gosto pessoal;
2 – Trabalhar os itens alimentícios em brincadeiras;
3 - Deixar que criança tenha contato com alimentos variados, desde o início da introdução alimentar;
4 - Não oferecer somente os alimentos que a criança tem melhor aceitação;
5 - Mudar a forma de oferecer o mesmo alimento. Exemplo: banana amassada, banana em rodelas, panqueca de banana, vitamina de banana.
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