Segundo dados Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), cerca de 50% das contaminações de dengue são assintomáticas, o que significa que a doença não apresenta sintomas perceptíveis.
A dengue é transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada. O ciclo de transmissão ocorre da seguinte forma: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Após a eclosão dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período, tornaram-se mosquitos adultos. Essa infecção ocorre quando o vírus da dengue circulante no sangue de uma pessoa é ingerido pela fêmea do mosquito, explica o infectologista e presidente da Sociedade Paraense de Infectologia, Alessandre Guimarães.
Ainda segundo o infectologista, a doença pode se disseminar com velocidade intrigante. “O Aedes aegypti possui desenvolvimento rápido, antes levava em média 10 a 14 dias para se desenvolver, atualmente leva em torno de 7 dias e vive durante 30 dias, uma única fêmea pode dar origem a aproximadamente 1500 mosquitos. Se forem postos por uma fêmea contaminada pelo vírus da dengue, ao completarem seu ciclo evolutivo, transmitirão a doença”, pontua.
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Segundo o especialista, o mosquito também se adapta às condições de subsistência e a água limpa deixou de ser a única opção para que a fêmea depositasse seus ovos. “O mosquito se adapta e a fêmea já começou a procurar água suja para depositar os ovos”, alerta. E por isso, segundo ele, os cuidados com água parada, seja ela suja ou limpa, precisam ser constantes e acentuados, indica.
“É um mosquito doméstico, que vive dentro ou ao redor de domicílios. O mosquito tem hábitos preferencialmente diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. Mas ele também pode picar à noite”, acrescenta.
O vírus da dengue apresenta quatro sorotipos, em geral, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Cada um deles apresenta diferentes interações com os anticorpos humanos, descreve o especialista. Todos estes sorotipos podem causar a forma clássica da dengue e até a hemorrágica. “O tipo DENV-3 é responsável por causar as formas mais graves da doença. “O risco de uma epidemia com o retorno do sorotipo 3 ocorre por causa da baixa imunidade da população, uma vez que poucas pessoas contraíram o vírus desde as últimas epidemias registradas no começo dos anos 2000. Existe ainda o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente, por outro sorotipo”, avalia.
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O médico pontua que os sintomas da dengue duram em média de cinco a sete dias, mas podem variar por menos ou mais tempo, na faixa de três a quinze dias. A febre é um dos primeiros sinais da infecção, sendo que costuma iniciar após a incubação do vírus e durar até o quinto dia. “No estágio severo da doença, deve-se estar atento a sinais como: dor ou rigidez abdominal, vômitos persistentes, inchaço em pernas, abdome e outros locais, sangramento de mucosas, como as gengivas, letargia ou agitação, aumento do fígado”, chama atenção.
O infectologista afirma que a infecção assintomática causada pelo Aedes aegypti é um desafio para detectar a dengue e prevenir sua propagação. “O assintomático é um risco em termos de saúde pública, porque facilita a contínua expansão de casos de dengue”, conclui.
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