O Centro Comercial de Belém está ganhando o colorido e os cheiros da quadra junina. De acordo com os trabalhadores entrevistados pelo DIÁRIO, este ano as vendas dos itens juninos começaram mais cedo, já em março, e devem continuar movimentadas até meados de junho. A expectativa é de um aumento significativo de até 40%% na receita em relação ao mesmo período do ano passado.
As lojas oferecem uma variedade de roupas e acessórios característicos da época. Por cerca de R$ 200, por exemplo, é possível adquirir um traje simples, enquanto os interessados em investir um pouco mais podem optar por opções mais elaboradas e decoradas, chegando a custar até R$ 600.
Conforme relata Iury Halliday, 26 anos, gerente de uma loja, a celebração de São João é uma das datas que mais impulsiona as vendas do estabelecimento em que trabalha, ficando atrás apenas do Halloween. Por isso, ao chegar o mês de abril, a loja se prepara com a organização dos itens, exposição e o abastecimento do estoque, tudo isso pensado para garantir boas vendas e evitar falta de produtos.
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“Fazemos isso para garantir a participação dos clientes na quadra junina com estilo. Mantemos tudo organizado, com outros itens guardados, para sempre oferecer uma variedade de produtos. Esperamos ter um bom movimento até o final de junho, com uma rotatividade de produtos interessante para a alegria de todos”.
Além disso, há quem prefira comprar tecidos e confeccionar por conta própria. Diversos tipos estão disponíveis e que atendem a todos os gostos e bolsos. Desde poliéster floral, com preços entre R$ 7 e R$ 10 o metro, até tricoline 100% algodão, vendido entre R$ 13 e R$ 18. Há também opções como xadrez, mistura de algodão e poliéster, com valor médio de R$ 12.
COMIDAS
Na rua Treze de Maio, o movimento de pessoas se mistura aos sabores que saem da Barraca da Fafá, comandada por Maria de Fátima de Araújo, uma empreendedora que aposta nos temperos amazônicos para fazer a economia girar em Belém. Para ela, São João é o momento para ganhar dinheiro, pois além das festas, fogueiras, estalinhos, música, as comidas típicas se destacam nos festejos.
Segundo a Fafá, com base nos anos anteriores, a próxima quadra junina deve movimentar cerca de 40% em seu negócio. “Primeiro porque estamos numa das regiões mais vibrantes de Belém, onde muitos estão comprando acessórios e roupas, entre outros produtos, e param aqui para almoçar. Esse período chama comidas típicas, então a demanda aumenta bastante”, disse.
Próximo dali, Fernando Cruz, 22, oferece o tradicional mingau de tapioca ou milho, com generosas doses de leite condensado e canela. O autônomo conta que já trabalha nesse ramo há pelo menos três anos. Além das vendas pelas ruas da cidade, também fornece o produto para diversas festas temáticas do festejo junino.
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“Chega essa época os clientes apreciam esse tipo de serviço, pois é mais rápido e tá em qualquer lugar. Aliás, não fico parado, pois na minha bicicleta faço uma rota específica todos os dias e quando deixo de fazer, sempre sou cobrado pelos clientes que desejavam um mingau. Isso me traz uma renda, mas minha satisfação não se resume a isso, é ver o cliente satisfeito”, afirma Fernando.
BANHOS
Sai ano entra ano, mas a tradição não muda para muitas pessoas, que veem nos famosos banhos de cheiros uma opção para renovar as energias. Considerado um dos rituais mais presentes neste período de festas juninas, o Mercado do Ver-o-Peso passa a ser um dos cenários mais movimentados da cidade por clientes em busca das ervas para afastar as energias ruins e abrir caminhos.
Os erveiros e erveiras destacam dois banhos para este momento: descarrego e o atrativo. Para os trabalhadores deste ramo, os dois, quando usados juntos, prometem limpar os caminhos, afastar inveja, olho gordo, em contrapartida, trazem energias positivas, prosperidade, saúde, paz e felicidade para quem usar. Com isso, eles esperam uma alta de 15%.
Os kits com os dois banhos são vendidos numa média que varia entre R$ 20 e R$ 30. Segundo os vendedores, que há décadas atuam no Ver-o-Peso, o movimento mais intenso começa mesmo com o início do mês de junho, quando centenas de pessoas, advindas de várias regiões do Pará, passam a comprar.
De acordo com João Alexandre, 62, os banhos são vendidos prontos em uma garrafa de meio litro para ser diluído em uma bacia, o que pode render para até quatro pessoas. Mas o erveiro ressalta que há a opção de adquirir os insumos separadamente, uma alternativa mais barata, porém, mais trabalhosa, já que todo o preparo terá que ser feito em casa.
“Vamos tentar atender ao máximo a necessidade do nosso cliente. Sempre orientamos que o melhor é levar o kit com os dois banhos, mas caso ele esteja apertado financeiramente, podemos vender apenas uma garrafa. Agora vai de cada um querer levar o pronto ou os que preferem preparar em casa, ensinamos como fazer”, reforça João.
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