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Prefeitura de Belém não age e comércio segue bagunçado

Prefeitura de Belém chegou a discutir o assunto em março de 2023 com lojistas e ambulantes, categorias que defendem a ideia, porém de lá pra cá nada mudou e o centro comercial continua uma bagunça.

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Imagem ilustrativa da notícia Prefeitura de Belém não age e comércio segue bagunçado camera Barracas fecham ruas inteiras, atrapalham a circulação de pessoas e a visibilidade de lojas. Reordenamento poderia mudar este cenário e melhor movimento no comércio | (Foto: Irene Almeida)

Em março de 2023, a Prefeitura de Belém se reuniu com representantes dos lojistas e trabalhadores ambulantes para discutir o ordenamento, organização e segurança do Centro Comercial de Belém. A iniciativa é uma necessidade antiga e que não foi colocada em prática até hoje pelas últimas administrações municipais. Ambulantes, lojistas e frequentadores acreditam que a padronização é a melhor saída para o comércio nas ruas com maior número de barracas.

Na ocasião, o prefeito Edmilson Rodrigues apresentou propostas de revitalização das ruas Santos Antônio e João Alfredo. Os demais envolvidos também apresentaram as próprias demandas e decidiram sobre a criação de uma comissão para dar andamento à organização do centro comercial, o que não teve início até agora.

De acordo com Eduardo Yamamoto, presidente do Sindicato do Comércio Varejista e do Comércio de Belém (Sindilojas), a proposta da atual gestão seria a requalificação das calçadas, ruas e limpeza urbana, a qual os trabalhadores estão de acordo, já que melhoraria o fluxo de consumidores. “Ainda é preciso fazer o cadastro dos camelôs, organização e definição de espaços, além de termo de responsabilidade perante o espaço público. Dessa forma, todos podem trabalhar legalmente e com segurança”, afirma.

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À época de um dos primeiros debates sobre o reordenamento dos ambulantes do comércio, o Espaço da Palmeira foi uma alternativa para o realocamento desses trabalhadores. Construído em 2003, durante o segundo mandato de Edmilson Rodrigues na Prefeitura, atualmente o local, que antes abrigava a Fábrica Palmeira, se encontra abandonado e sem segurança, o que faz com que os permissionários prefiram usar a calçada ou a rua para vender seus produtos.

PADRONIZAÇÃO

A demora na definição de um projeto que realmente beneficie os trabalhadores já perdura há mais de 10 anos e se traduz na obstrução do espaço para veículos e pedestres, que têm que dividir a calçada ou a rua com os camelôs. Nas ruas Santo Antônio e Conselheiro João Alfredo, conhecidas pelo fluxo intenso do comércio, as barracas ficam no meio das vias, que já são interditadas há muitos anos para evitar a passagem de veículos.

Por outro lado, os ambulantes precisam trabalhar para garantir o sustento da família. Para eles, a padronização é a melhor alternativa para as barracas do centro comercial. A mudança de local de trabalho está fora de questão para eles desde que o Espaço da Palmeira ficou abandonado pelo poder público.

“Não queremos sair, mas organizar nossas barracas para ter um padrão digno do cliente chegar e pensar que vale a pena vir para cá. A proposta do Edmilson é justamente isso, já pensando na COP 30. A gente tem interesse, o problema é que nunca é feito. Essa história já é muito antiga, mas a gente espera que ajeitem agora que nós estamos nos preparando para a COP. Esse é o nosso sonho”, afirmou o lancheiro Rui Farias, 47, comerciante há 31 anos.

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Calçamento com pedras soltas, sujeira, cobertura e piso improvisados são alguns dos problemas atuais dos camelôs, que têm sido desassistidos pela gestão municipal há anos. Segundo a vendedora de roupas Alcione Santos, 43 anos, o projeto de requalificação melhoraria o espaço de trabalho e atrairia novos clientes para o comércio da capital. Mas, a realidade é outra e cada vez mais eles têm percebido o baixo movimento.

“A gente que compra lona, varre o lixo da rua, organizamos e ainda pagamos segurança para reparar o nosso baú. Eu não vejo uma melhora. Se eles viessem padronizar as barracas ficaria melhor para gente trabalhar, com certeza. Nossa venda já caiu muito. Se ajeitassem essas ruas talvez trouxesse mais gente pro comércio”, avalia a comerciante.

Para a dona de casa Adriana Jardim, de 44 anos, a forma que as barracas estão posicionadas atualmente dá uma sensação de desorganização. Ao ficarem no meio das ruas, elas empatam a passagem dos pedestres que não têm a opção de visualizar as lojas nos dois lados da via. “Ficaria melhor se organizasse porque às vezes até empata das pessoas passarem. Mais lá pra baixo, em direção à avenida Portugal, é tudo fechado pelas barracas e as pessoas não têm como transitar de um lado para o outro com facilidade. Isso acaba dificultando a visibilidade das lojas”, disse.

Por isso, a organização dos camelôs também é de interesse dos lojistas, já que com a padronização os estabelecimentos terão mais visibilidades. “Eles estão trabalhando e ganhando dinheiro honestamente. Mas eu acho que deveria, sim, ter uma organização porque talvez assim chamasse mais clientes tanto para gente quanto para eles. E a gente sabe que do jeito que está a estrutura fica muito complicado, principalmente quando chove”, aponta a gerente Rosa Farias, de 55 anos.

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