O Laboratório Central (Lacen) sedia até a próxima sexta-feira,13, em Belém, a primeira edição do "Treinamento de Avaliadores da América do Sul para o processo de melhoria da qualidade laboratorial rumo à creditação (SLIPTA).

O evento é direcionado à capacitação dos profissionais que atuam na gestão de qualidade dos laboratórios públicos de todo o país e parte da América Latina e conta com a representação de 18 treinandos, de todas as regiões do Brasil, mais profissionais da Argentina e Paraguai.

"Todo laboratório de saúde pública possui um Sistema de Gestão da Qualidade já implantado, alguns já acreditados e outros em processo de acreditação, pelo INMETRO. Este treinamento vem balizar os laboratórios centrais para observar em que nível cada um está, pois ainda é muito heterogênea a questão da gestão da qualidade nesses espaços já que alguns estão bem avançados enquanto outros estão iniciando a implantação do sistema de gestão da qualidade e isso reflete diretamente na garantia de uma análise segura com rastreabilidade e, além da confidencialidade para não ser divulgado qualquer dado laboratorial que não, seja permitido", disse Alberto Junior, Diretor do Lacen Pará.

A capacitação é promovida pela Sociedade de Medicina da África (ASLM), com sede em Moçambique, e pelo Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos. Ao final desta semana, os participantes farão uma prova e, caso aprovados, receberão certificados que os habilitarão a serem auditores multiplicadores desta temática em seus laboratórios. “O evento tem essa perspectiva de trazer uma padronização para a rede Lacen toda. A proposta inicial é capacitar estes representantes para podermos posteriormente multiplicar na rede Lacen e fortalecer o sistema de gestão da qualidade voltado para a busca de melhores resultados, de reorganização do sistema todo e padronização das respostas”, afirmou Vinícius Lemes da Silva, representante do Lacen Goiás.

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Os Laboratórios Centrais em todo o país realizam um trabalho importante no monitoramento de doenças, análises laboratoriais e, durante a pandemia da Covid-19, ganharam ainda mais visibilidade da população. “Durante e depois da pandemia, vimos a transformação do conhecimento da população sobre a importância da qualidade dos laboratórios. A população começou a falar sobre os falsos positivos e os falsos negativos, algo que era um idioma totalmente escuro ou desconhecido para eles. Não era uma coisa de nossa realidade e, após isso, se tornou uma preocupação do dia a dia da população. Hoje eles já estão muito mais conscientes e conhecidos da importância da qualidade dos laboratórios e exigem qualidade nos resultados”, disse Luciana Kohatsu, diretora associada de ciências laboratoriais do escritório regional do centro de controle e prevenção de doenças para América do Sul (CDC USA).

“O Lacen do Pará já existe há 72 anos, mas fomos muito vistos no período da pandemia, pois somos um laboratório de saúde pública do Estado do Pará, atuando em conjunto com a diretoria de vigilância em saúde, da secretaria de saúde, fazendo a vigilância laboratorial. Então nosso trabalho não é muito visto para o usuário do SUS, porém é ele que dá todo o embasamento para as ações de vigilância em saúde, investigação em casos de doenças de notificação compulsória como dengue, chikungunya, tuberculose, resistência antimicrobiana e outras doenças de investigação da saúde pública”, completou Alberto Junior.

No total, vinte e sete lacens fazem parte da rede SISLAB. “Esta é a primeira vez que estamos fazendo este tipo de treinamento na América do Sul e é realmente importante porque gera engajamento e compartilhamento de informações. Este tipo de treinamento ajudará a fortificar os laboratórios de saúde pública do Brasil, Argentina e Paraguai para poderem melhor testar as amostras que recebem e de garantir que a qualidade está lá. Para garantir que, quando há uma amostra, todos estão confiando nos resultados que vieram e no diagnóstico. Então, capacitações assim levam muitos passos, e esse é uma das etapas para garantir nosso trabalho”, garantiu Julia Kibunja, diretora associada para Políticas de Comunicações do escritório regional do centro de controle e prevenção de doenças para América do Sul (CDC USA).

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