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O SIGNIFICADO

Cosme e Damião: uma doce tradição que resiste aos anos

Quem já foi criança na capital paraense com certeza lembra dessa data esperada em bombons que são distribuídos gratuitamente. Felizmente, os devotos de São Cosme e São Damião mantêm essa prática

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Imagem ilustrativa da notícia Cosme e Damião: uma doce tradição que resiste aos anos camera O devoto Carlos Santos mantêm a tradição de distribuir bombons no dia dos santos gêmeos | (Foto: Wagner Almeida)

O dia de São Cosme e São Damião foi celebrado ontem (27), tendo um profundo significado para o Candomblé e a Umbanda. A comemoração no Brasil ocorre nesta data porque nas religiões afro-brasileiras é neste dia que se celebra o orixá Ibeji, uma entidade infantil que costumeiramente é sincretizada com São Cosme e São Damião, sendo a data festejada com a distribuição de saquinhos de doces às crianças. Na capital paraense, a tradição é mantida em diferentes bairros, como no Guamá e na Pedreira.

O DIÁRIO acompanhou a distribuição dos doces realizada por duas pessoas devotas dos santos e que há bastante tempo realizam o festejo na capital paraense. Nos dois momentos, a criançada estava preparada e ansiosa para pegar os saquinhos, estando algumas delas usando até mesmo mochilas para guardar os produtos.

Devoto de São Cosme e São Damião, o motorista Carlos Santos, 59 anos, há 16 anos realiza a distribuição de bombons e pipocas na Passagem Hugo Richardson, no bairro do Guamá. A tradição foi herdada da mãe dele, que faleceu há 18 anos e realizava a distribuição dos bombons no bairro do Jurunas. “É um trabalho de dedicação que herdei da família. São Cosme e São Damião representam tudo para mim”, revela o devoto.

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Na tarde de ontem, o Carlos e a família dele distribuíram em dois minutos 850 saquinhos, totalizando 35 quilos de doces que fizeram a alegria da criançada.

Para a confecção dos saquinhos, a força-tarefa contou com o Carlos, a esposa e os três filhos, que demoraram três dias para deixar tudo pronto e manter a tradição organizada anualmente. Foram gastos 600 reais em recursos da própria família com a compra dos produtos. “É uma alegria fazer isso para as crianças do bairro e ver a felicidade no rosto delas”, ressalta.

No bairro da Pedreira, a tradição é mantida por meio do Instituto Cultural Nagô Afro-Brasileiro, localizado na Travessa Humaitá. No local, há seis décadas é realizada a distribuição dos doces que fazem a festa da garotada na rua.

No Instituto, foram dois dias de preparação, envolvendo uma equipe dedicada com 30 pessoas, tudo para deixar os saquinhos prontos a tempo para a distribuição que ocorreu pontualmente às 17h e atraiu muitas crianças do bairro.

O Pai Fernando de Ogum, 50 anos, coordenou o festejo e desde os 18 anos está à frente do Instituto. Segundo ele, foram 1.000 saquinhos preparados com bombons e pirulitos, o que deu em média 50 quilos de doces arrecadados. Os produtos foram doados pelos próprios membros do Instituto para celebrar a data de São Cosme e São Damião. “É um momento de satisfação e alegria pra gente. É uma forma de lembrarmos da ancestralidade infantil nesse momento tão importante para nós”, celebra.

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PARA ENTENDER

Gêmeos e médicos

l São Cosme e São Damião são santos dos primórdios da igreja cristã. E, a exemplo de outros santos com devoções antigas, como São Jorge, os registros sobre datas de nascimento e morte são escassos. O que se sabe é que Cosme e Damião teriam sido irmãos gêmeos que nasceram na região da Ásia Menor, que corresponde hoje à atual Síria, por volta do século III. Ambos seriam médicos e teriam exercido a profissão de forma voluntária, não aceitando nenhum pagamento.

l Eles seriam cristãos, em uma época em que o Império Romano ainda não aceitava o cristianismo. Por isso, foram perseguidos e mortos a mando do imperador Diocleciano por volta do início do século IV. O martírio, além da vida exemplar, foi o que os tornou santos. Por terem sido médicos, São Cosme e São Damião são considerados padroeiros dos cirurgiões, médicos, farmacêuticos e também das crianças, dos barbeiros e dos cabeleireiros. Os irmãos foram canonizados no ano de 630, por ordem do Papa Félix IV

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