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TURISMO

Visita guiada ao Theatro da Paz é opção de passeio em Belém

Visitantes puderam conhecer os espaços e a história de um dos teatros mais importantes do Norte do país, inaugurado no século 19.

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Imagem ilustrativa da notícia Visita guiada ao Theatro da Paz é opção de passeio em Belém camera Construído em estilo neoclássico e legado da época da borracha, Theatro da Paz é um importante patrimônio da capital paraense. | Mauro Ângelo/Diário do Pará

Belenenses e turistas aproveitaram o feriado do Dia da Consciência Negra, ontem (20), para passear pela capital paraense. A visita guiada pelo Theatro da Paz foi uma das opções procuradas pelos visitantes, que conheceram o espaço interno e souberam um pouco sobre a história de criação e funcionamento de uma das casas de espetáculos mais importantes da região Norte do Brasil.

A visitação ocorre toda semana de terça a sexta-feira, pela manhã, de 9h às 12h, pela manhã; e à tarde, de 14h às 17h, sempre de hora em hora. Aos finais de semana, sábado e domingo, o serviço é feito pela manhã, no horário de 9h às 12h. O passeio tem valor de R$10 a inteira e R$5 a meia, com exceção às quartas-feiras, quando a visitação é gratuita apenas aos paraenses.

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“Os monitores falam sobre o contexto histórico que abrange a construção, inauguração do teatro e o motivo de ter surgido essa casa de espetáculos aqui na Amazônia. A visita inicia no hall de entrada, sobe as escadarias para o primeiro andar, onde as pessoas conhecem a sala de espetáculos que são realizados os shows e vão ao o segundo andar conhecer o Salão Nobre e a sacada frontal. Em cada espaço, os guias explicam os detalhes da história e curiosidades”, explica o turismólogo e assistente administrativo do Theatro da Paz, Vinícius Gomes.

VISITAÇÃO

Inaugurado em 1878, o Theatro da Paz foi construído em estilo neoclássico no período áureo do Ciclo da Borracha. Sendo a primeira casa de espetáculos da Amazônia, o teatro buscava satisfazer os anseios de divertimento da nova elite econômica de Belém: os barões da borracha. Essa relação com uma parcela seleta da população marcou a disposição dos elementos internos do local, que além de possuir uma acústica perfeita, lustres de cristal e decoração a folha de ouro, também carregava a segregação das camadas sociais. Um exemplo disso é o Salão Nobre (Fouyer), que era acessado apenas pelas classes mais altas.

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Outra característica era a utilização da escada que dá acesso ao camarote superior. Só subia ao centro da escada pessoas da elite da época, enquanto as demais pessoas tinham que passar pelos lados. Esse detalhe foi o que mais chamou atenção de Rosa Mendes, 54 anos. Vinda do Rio de Janeiro à capital paraense, ela visitou o Theatro junto a 18 pessoas de uma agência de turismo carioca. Para ela, conhecer a casa de espetáculos centenária era uma forma de ter contato com um fragmento da história da cidade.

“A cada capital que eu vou, os teatros são parada obrigatória porque acho que quando você visita uma cidade tem que conhecer uma parte da história, cultura e gastronomia. Então, isso aqui é uma imersão na história. Uma das partes mais tristes da história é ver que em alguns espaços, como a escada, só podiam passar os ricos e a grande classe trabalhadora tinha que subir pelas laterais. A história tem que ser contada do jeito que ela foi para que nós saibamos o que realmente aconteceu”, afirma a agente de turismo.

Natural do Rio de Janeiro, a professora Ioliris Paes, de 60 anos, visitou Belém pela primeira vez. Filha de mãe paraense, a ela foi recomendado que conhecesse o Theatro da Paz durante a passagem pela capital, local que iria se encantar pela riqueza de detalhes. Ao fim do passeio, a carioca realmente ficou encantada com a pomposidade do teatro, além da qualidade da acústica e história do local.

“Minha mãe é paraense, mas mora há mais de 60 anos no Rio e me disse que conhecer o Theatro da Paz seria imperdível. Aqui a gente vê que a história se repete: uma época eram os barões da borracha, hoje são os políticos, um jogo entre dinheiro e poder. Mas o teatro é maravilhoso, belíssimo, fiquei impressionada com a questão da acústica perfeita. Quando eu sair daqui de Belém será um ponto turístico que eu vou destacar para outras pessoas”, disse a professora.

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