
As eleições são processos nem sempre pacíficos que costumam decidir o futuro de uma nação, de um estado ou cidade e mesmo instituições e assim o resultado impactar na vida de muita gente. A lisura e transparência do pleito passam por vários aspectos, inclusive previstos em editais.
Segundo denúncia, a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) vive um imbróglio durante o processo de consulta pública para decidir a gestão da instituição no quadriênio de 2025-2029.
A equipe do DOL foi informada sobre ações da gestão da Ufra ditas como irregulares para garantir a reeleição da chapa da situação.
Entre as denúncias estão a suposta indicação irregular do Conselho Universitário (Consun) e o registro da chapa da atual reitora, que violaria o estatuto da consulta pública.
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Uma das principais irregularidades apontadas refere-se ao cumprimento do artigo 26 do estatuto do Conselho Universitário. Segundo essa norma, candidatos à reeleição devem se afastar do cargo de reitoria 90 dias antes do pleito.
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Com a anulação da eleição de fevereiro após determinação do Ministério Público Federal por conta de irregularidades no Consun, um novo conselho foi eleito e a reitora Herdjania Veras retornou ao cargo. Quando as novas eleições foram marcadas, ela voltou a se afastar, porém apenas 17 dias antes da votação - prazo muito inferior ao exigido pelo estatuto, o que a impediria de concorrer.
Para contornar essa questão, o Conselho Universitário determinou que o artigo 26 não estaria mais em vigência, decisão que beneficiaria diretamente a candidata da situação.
Contudo, segundo as normas universitárias, tal alteração só poderia ser implementada após assembleia com a comunidade universitária - procedimento que não foi realizado.
Consun chama atenção por supostas irregularidades
O caso aponta que a UFRA manteria coordenadores de curso em caráter temporário desde 2019, contrariando o regimento interno da universidade, que limita tais nomeações a 60 dias em casos excepcionais.
A reitoria, comandada por Herdjania Veras, não teria realizado eleições para esses cargos, mantendo indicações que já ultrapassam dois anos de duração, por isso as eleições de fevereiro acabaram anuladas.
A denúncia também alega que as novas eleições para o Consun foram realizadas sem campanha pública e em tempo recorde, o que não garantiria o direito de toda a comunidade de exercer o voto.
Conselho Universitário questionado determina eleições
Logo no dia seguinte à escolha do Consun por eleição, foi publicado o edital para a Consulta Pública referente à reitoria para o quadriênio 2025-2029.
A ação judicial do MPF destaca que a reitoria condicionou a realização das eleições a mudanças nos critérios de coordenação, como gratificações e redução de carga horária, medidas que, segundo o órgão federal, não justificam o descumprimento do regimento interno.
Estudantes organizam protesto contra irregularidades
Diante das irregularidades apontadas, estudantes da universidade organizam protestos contra a condução do processo eleitoral. O movimento estudantil planeja manifestações em frente à instituição, exigindo que a consulta pública ocorra de forma regular e transparente.
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