
Com iniciativas que conectam tradição, inovação e preservação, o projeto Pará Que Orgulha e Transforma, realizado pelo Grupo RBA, percorre o estado destacando histórias inspiradoras de pessoas, coletivos e negócios que têm feito da sustentabilidade uma prática cotidiana, mostrando que é possível transformar realidades e proteger a Amazônia ao mesmo tempo.
Quem assina as reportagens da série é a jornalista Cintia Magno, do Diário do Pará, que explica que o processo de produção das matérias especiais é centrado em pesquisas realizadas pela equipe responsável pela iniciativa. “Quando eu recebo a demanda do projeto, geralmente são apontados alguns temas norteadores das matérias e, a partir deles, eu tento garimpar bons exemplos e iniciativas que estão espalhadas pelas diferentes regiões do estado”, diz.
CONTEÚDOS RELACIONADOS
- Evento gratuito destaca iniciativas que transformam a Amazônia. Participe!
- DIÁRIO lança nova edição do projeto ‘Pará que Orgulha e Transforma’
- Riquezas da Amazônia que acolhem e transformam
Cintia Magno relata que esse processo, por muitas vezes, é bastante desafiador, pois em muitos casos, as ações acabam sendo anônimas aos olhos de fora da comunidade da qual pertence. Com isso, a série também conta com indicações de várias outras fontes, até mesmo, filtrando postagens em redes sociais que abordem tais assuntos.

“É um processo desafiador porque, muitas vezes, essas pessoas que atuam transformando a realidade da sua comunidade fazem isso de forma quase anônima, mas é possível chegar até eles por meio da própria indicação de outras fontes, ou de uma breve postagem nas redes sociais; as instituições de ensino, como as universidades, também são grandes celeiros de iniciativas desenvolvidas por estudantes, por exemplo. Então, percorrendo esses locais a gente acaba descobrindo muita coisa. Outras vezes a gente identifica essas iniciativas por acaso mesmo, durante outra pauta na rua, e já guarda essa história pensando na série”, conclui Cintia.
VEJA INICIATIVAS JÁ CONTADAS NA SÉRIE 'PARÁ QUE ORGULHA E TRANSFORMA'
1 - Compartilhando saberes e preservando diálogos
O conhecimento tradicional de povos indígenas e comunidades quilombolas tem se mostrado essencial para a conservação ambiental na Amazônia. Um estudo do MapBiomas, divulgado pelo Observatório do Clima, revela que, entre 1985 e 2023, as terras indígenas perderam apenas 1% de sua vegetação nativa, enquanto as terras privadas perderam 28%. Segundo o professor Leandro Juen, da UFPA, essa proteção não depende de grandes estruturas de fiscalização, mas de um vínculo profundo dessas comunidades com a terra, que é vista não apenas como recurso, mas como um ente vivo. Um exemplo é o trabalho com os povos Panarás, que participam ativamente do monitoramento da biodiversidade em seus territórios
2 - Empreendedorismo jovem transforma a cadeia da pimenta-do-reino
No sudeste do Pará, as irmãs Thainara e Thayse Vasconcelos, de Parauapebas, criaram a startup DINAM (Diamante Negro da Amazônia), que vem revolucionando o cultivo da pimenta-do-reino. A empresa substituiu os antigos “tutores mortos” por árvores vivas da espécie Gliricídia, solução sustentável que reduz o desmatamento e melhora o solo. Agora, a DINAM avança para a implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs), integrando culturas como cacau e açaí, ampliando a biodiversidade e regenerando áreas degradadas.
3 - Do seringal à passarela: o luxo sustentável da borracha nativa
Na Ilha de Cotijuba, em Belém, Kátia e Tainah Fagundes reinventam o uso do látex amazônico com um projeto que une inovação, identidade cultural e protagonismo feminino. A iniciativa levou o maquinário para beneficiamento da borracha até a floresta, promovendo a geração de renda e a valorização do saber tradicional extrativista. Os produtos resultantes unem design e história, e são exemplo do potencial da sociobioeconomia para transformar comunidades e fortalecer a bioeconomia no Pará.
4 - Bioeconomia e impacto social: negócios verdes crescem no Pará
Empreendimentos como a Tribo Superfoods e a Ver-o-Fruto ilustram o crescimento do empreendedorismo sustentável no Pará. A primeira, com sede em Igarapé-Miri, aposta na diversificação de culturas nativas para reduzir a dependência da monocultura do açaí. Já a segunda, fundada pela engenheira Ingrid Teles, desenvolve produtos de higiene com insumos amazônicos e destina parte da renda para levar água potável a comunidades ribeirinhas, como as da Ilha do Combu. Ambas combinam ciência, mercado e responsabilidade social.
5 - Ecoturismo sustentável valoriza natureza e cultura local
Na área do turismo, o Pará também dá exemplos. Em Barcarena, o empreendedor Daniel Lemes de Oliveira criou a agência Mortiguras Turismo, que oferece roteiros de ecoturismo e resgata a história indígena do município. Já na Ilha do Combu, o Espaço Aruna tornou-se referência em eventos com práticas ecológicas, como coleta seletiva e uso de materiais naturais. Com uma das maiores biodiversidades do Brasil, o Pará tem grande potencial para crescer com o turismo de base comunitária e ambientalmente responsável.
6 - Bragança: arte, ciência e floresta na Casa da Mata
Na zona rural de Bragança, o coletivo Águas do Caeté criou a Casa da Mata, espaço que une educação ambiental, arte e saberes tradicionais. Com práticas como saneamento ecológico e oficinas de permacultura, o local se tornou um ponto de cultura e exemplo de tecnologia social acessível. Próxima à Reserva Extrativista Caeté-Taperaçu, a casa também abriga o recém-criado Ecomuseu do Caeté, com apoio do IPHAN, para preservar achados arqueológicos e a memória cultural da região.
7 - Luz da Amazônia: Jovens da UFPA levam energia limpa a comunidades isoladas
O Projeto Biolume, criado por estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) que integram o time Enactus UFPA, tem levado energia limpa a comunidades ribeirinhas da Amazônia por meio de postes híbridos feitos de PVC e luminárias movidas a energia solar. A iniciativa surgiu diante da realidade de populações que dependem de geradores a diesel e busca oferecer uma alternativa sustentável e acessível. Além da energia solar, os postes foram projetados para futuramente funcionarem também com biodiesel produzido a partir de óleo de cozinha usado. Mais de 50 unidades já foram instaladas em comunidades no Pará, como Arapiranga, Baixo Itacuruçá e Itacoã-Miri, além de outras regiões do Brasil e dois países africanos.
8 - Banco da Amazônia investe em energia limpa e sustentável
O compromisso global de conter o aquecimento do planeta passa pela expansão de fontes limpas de energia, e o Brasil vem se destacando nesse cenário, com a energia solar já representando 22,2% da capacidade instalada da matriz elétrica nacional, segundo a Absolar. Na Amazônia, onde a incidência solar é alta, essa fonte ganha impulso com o apoio do programa FNO Energia Verde, operado pelo Banco da Amazônia, que oferece linhas de financiamento com taxas atrativas, prazos flexíveis e isenção de IOF. O crédito pode ser acessado por pessoas físicas, empresas de todos os portes e produtores rurais, e cobre desde a compra até a instalação completa dos sistemas fotovoltaicos.
Quer saber mais notícias de sustentabilidade? Acesse o canal no Whatsapp do DOL
MESA-REDONDA
No dia 5 de agosto, às 18h, no Centro Universitário Fibra, em Belém, será realizada a mesa-redonda “Histórias que Inspiram: como os agentes locais estão transformando o Pará e a Amazônia”, um evento gratuito e aberto ao público que representa uma oportunidade única para conhecer experiências inspiradoras e refletir sobre o papel individual e coletivo na transformação do Pará e da Amazônia.
O evento integra o projeto Pará Que Orgulha e Transforma e reunirá lideranças comunitárias, agentes sociais, especialistas e membros da comunidade acadêmica para debater experiências que têm feito a diferença em territórios paraenses e na preservação da floresta amazônica.
Serviço
Mesa-redonda: Histórias que Inspiram: como os agentes locais estão transformando o Pará e a Amazônia
- Data: 05 de agosto (segunda-feira)
- Hora: 18h
- Local: Centro Universitário Fibra – Belém/PA
- Entrada: Gratuita

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar