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BALEIA ENCALHADA

Biólogas explicam encalhe de baleia no Marajó

Biólogas discutem o encalhe de uma baleia-de-Bryde no Marajó e suas implicações para a conservação marinha.

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Imagem ilustrativa da notícia Biólogas explicam encalhe de baleia no Marajó camera Baleia encontrada morta no Marajó | ​Foto: Reprodução

Uma baleia foi encontrada encalhada na Ilha de Viçosa, no município de Chaves, no Arquipélago do Marajó, levantando questões sobre a presença desses grandes mamíferos nas águas da Costa Norte do Brasil. Segundo a bióloga Renata Emin, fundadora do Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos da Amazônia (GEMAM/MPEG) e do Instituto Bicho D'água, tudo indica que o animal seja uma baleia-de-Bryde — espécie que habita águas tropicais e temperadas e não realiza migrações longas como a jubarte, por exemplo.

“É possível identificar a espécie pelas características morfológicas, como as pregas ventrais e o formato do corpo. A baleia-de-Bryde realiza movimentos entre regiões costeiras e oceânicas em busca de alimento, o que pode explicar sua presença na região do Marajó”, explica a especialista.

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Apesar do ineditismo para muitos, essa não é a primeira vez que a espécie é registrada no local. O GEMAM já havia documentado um encalhe semelhante na costa leste do Marajó em 2012, o que reforça a ocorrência desses animais na região. No entanto, ainda são poucos os dados disponíveis sobre o comportamento e uso do hábitat por baleias nessa parte do Brasil, considerada uma fronteira de conhecimento para a ciência.

Desde 2024, o Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos (PCMC) vem sendo desenvolvido na região com a participação do Instituto Bicho D’água, em parceria com o Laboratório de Mastozoologia (LAMAM), o Laboratório de Sensoriamento Remoto Aplicado a Estudos Aquáticos (LASA) do IEPA e a coordenação técnica do Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental (CEMAM). A iniciativa faz parte de uma condicionante do licenciamento ambiental federal conduzido pelo IBAMA e tem como objetivo ampliar o monitoramento e o conhecimento sobre cetáceos na Costa Norte.

“O monitoramento sistemático é fundamental. Mesmo quando o encalhe é de um animal já sem vida, ele fornece informações valiosas sobre a biodiversidade local e as ameaças enfrentadas por esses animais”, ressalta Renata.

Após o achado, equipes do LAMAM e do LASA foram mobilizadas para o local, sob coordenação da Dra. Cláudia Funi. Junto com a bióloga Camila Pinheiro e a cientista ambiental Juliana Campos, a equipe coletou dados padronizados e amostras biológicas para estudos que poderão indicar as possíveis causas do encalhe.

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Marajó não é rota migratória típica, mas estuário pode atrair baleias por engano

A bióloga Valéria Nascimento também destaca que diversos fatores podem levar esses grandes mamíferos a entrarem em regiões estuarinas como o Marajó, incluindo causas ambientais, biológicas e até humanas.

“O Arquipélago do Marajó abriga o maior estuário do mundo, onde o Rio Amazonas encontra o Oceano Atlântico. Essa zona de transição tem características únicas que podem desorientar algumas espécies marinhas, especialmente indivíduos jovens”, afirma Valéria. Ela explica que as fortes marés, aliadas à busca por alimento, como cardumes de peixes, podem levar as baleias a adentrarem os rios por engano — e em muitos casos, não conseguirem retornar ao oceano, ficando presas durante a maré baixa.

Outro fator apontado é a possível condição debilitada do animal. “Se a baleia já estava doente ou ferida, isso pode tê-la deixado mais vulnerável à desorientação, entrando em uma rota migratória atípica”, acrescenta. Alterações nas correntes marinhas e o aumento da temperatura dos oceanos também são citados como possíveis causas desse tipo de ocorrência.

Embora esses eventos não sejam frequentes, eles não são inéditos. Em Chaves, já houve dois registros em 2021, e em 2019 uma baleia jubarte juvenil foi encontrada morta no município de Soure. “A Ilha do Marajó não é uma rota migratória tradicional, mas essas características ambientais tornam possível que baleias sejam desviadas para essa área”, reforça.

Valéria também alerta sobre o que fazer ao se deparar com um animal encalhado. “Jamais tente empurrar a baleia de volta para a água. Além do risco de acidentes com as pessoas, isso pode agravar lesões e comprometer a sobrevivência do animal. O correto é acionar o órgão ambiental local e fornecer o máximo de informações, como fotos e localização exata.”

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