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INVESTIGAÇÃO DO MPPA

OUÇA AQUI: áudios mostram esquema para compra de fazenda de Daniel

Ministério Público investiga prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, por corrupção e lavagem de dinheiro em compra de fazenda com recursos públicos.

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Imagem ilustrativa da notícia OUÇA AQUI: áudios mostram esquema para compra de fazenda de Daniel camera Divulgação/MPPA

O Ministério Público do Pará realiza investigações sobre o prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, sobre um suposto esquema de uso de dinheiro da prefeitura para comprar bens pessoais de Daniel. Segundo o MP, ele é investigado pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro tanto da esfera pública quanto da privada.

Os investigadores do MPPA reuniram áudios e prints de conversas que detalham a compra de uma fazenda milionária por parte do prefeito, com pagamentos supostamente facilitados por um empreiteiro que possui contratos vultosos com a prefeitura. A denúncia surgiu a partir de informações obtidas do telefone de uma testemunha que colaborou voluntariamente com o MP.

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A compra da fazenda

A investigação se intensificou após a entrega de conversas de novembro de 2019, nas quais o prefeito Daniel Santos manifesta interesse na fazenda do pai de uma mulher. Ele pediu a documentação da propriedade para análise de seu advogado, indicando Hugo Atayde, que além de seu advogado pessoal, é também o vice-prefeito de Ananindeua.

A fazenda em questão, com mais de 3 mil hectares, localiza-se em Tomé-Açu. O prefeito demonstrava pressa na negociação, mencionando que também estaria negociando outra fazenda em Ipixuna.

OUÇA OS ÁUDIOS AQUI:

Negociações e flexibilidade de pagamento

As conversas prosseguiram com a negociação de valores e formas de pagamento. Em áudios, o prefeito é ouvido discutindo os termos, mostrando-se interessado em um plano de pagamento que não o sobrecarregasse.

Ele declarou: "Eu não posso fazer o compromisso dos 10 em um ano porque aí vai pesar para mim, aí eu posso falhar com vocês e eu acho que não, a gente tem que fazer da mesma forma que vocês sabem o que quanto vale as coisas de vocês, né? Eu também sei o que eu me consigo me comprometer de pagar e vocês assumiriam compromisso de me entregar com a documentação, OK? Para eu poder transferir ao final dos dois anos".

Daniel Santos chegou a sugerir um esforço para atingir os oito milhões de entrada desejados pela vendedora, mas solicitou prazos de 12 a 24 meses para o restante do pagamento.

A suspeita dos pagamentos

A negociação, inicialmente, parecia legal, mas o cenário mudou após a assinatura do contrato, redigido pelo escritório de Hugo Atayde. A vendedora começou a ter problemas com o fluxo de pagamentos e procurou Hugo para resolver as questões.

Um ponto crucial para os investigadores foi a solicitação da vendedora para que os depósitos fossem feitos em múltiplas contas, conforme uma planilha enviada ao prefeito. Da mesma forma, Daniel Santos indicou uma série de pessoas e empresas para realizar esses pagamentos, e entre elas estava a "Edifica", uma empreiteira com milhões de reais em contratos com a prefeitura.

A suspeita investigada pelo Ministério Público do Pará é de que a empresa, que recebe dinheiro público, estaria sendo usada para bancar a compra pessoal do prefeito. Comprovantes de depósitos da Edifica para contas indicadas pela vendedora foram obtidos pelos investigadores.

Os problemas com os pagamentos se aprofundaram quando uma concessionária, indicada para receber parte dos valores, recusou-se a liberar carros para a vendedora sem uma carta de cessão de crédito assinada pelo empreiteiro amigo de Daniel, identificado como Danilo Linhares.

Após tentativas frustradas com Daniel e Hugo, a vendedora procurou Danilo diretamente. Um áudio feito enviado na conversa mostra a urgência da vendedora: "Doutor, bom dia. Autoriza o documento, por favor. E já mandei mensagem pro Daniel, não sei se ele não viu, se ele não responde, e autoriza o documento. Eu tô na mesma situação que eu não fecho nem para trás, tá? É complicado. Autoriza lá o documento. Ele só tá esperando isso, por gentileza". Danilo, por sua vez, só aceitaria assinar o documento se autorizado por Daniel.

Após dias de impasse, Danilo finalmente liberou o documento, permitindo que a vendedora recebesse os carros que aceitou como parte do pagamento pela fazenda. Isso ocorreu no final de 2023. Pouco mais de um ano depois, em 2025, a fazendeira decidiu ir ao Ministério Público para denunciar o prefeito.

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