
Uma descoberta arqueológica surpreendeu as equipes que trabalham na restauração do Complexo dos Mercedários, no centro histórico de Belém, nesta semana.
Arqueólogos encontraram um poço colonial com aproximadamente 300 anos no pátio interno do edifício, estrutura que até então era conhecida apenas por meio de um registro em planta arquitetônica do século XVIII.
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O achado representa uma conexão tangível com o passado colonial da capital paraense e reforça a importância histórica do conjunto arquitetônico que já funcionou como alfândega e delegacia ao longo dos séculos.
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Transformação em polo acadêmico e cultural
A Universidade Federal do Pará (UFPA) conduz um amplo processo de requalificação do Conjunto dos Mercedários, transformando o espaço em um complexo que integra ensino, pesquisa e cultura no coração histórico e comercial da cidade.
O local já abriga a Faculdade de Conservação e Restauro (Facore), primeira graduação do tipo na Amazônia Legal, além do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Patrimônio Cultural (PPGPatri) e do Laboratório de Conservação, Restauro e Reabilitação (Lacore).
O reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, considera a iniciativa "uma das maiores intervenções restaurativas já realizadas pela universidade".
Para ele, cada etapa do processo reafirma a missão de "preservar o patrimônio amazônico e construir um futuro que valoriza a memória e a identidade da região".
Investimento de R$ 49 milhões
A obra conta com investimentos superiores a R$ 49 milhões, viabilizados por meio de contrapartidas da UFPA, financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e patrocínio da mineradora Vale.
O projeto integra o programa nacional "Resgatando a História", que apoia a recuperação de patrimônios materiais e imateriais em todo o território brasileiro.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destaca que a iniciativa "reconecta Belém com sua memória histórica, promove o turismo e fortalece a economia criativa".
Ele anuncia que durante a COP30, conferência mundial do clima que será realizada em Belém em 2025, o espaço abrigará a Casa BNDES, com exposições sobre biodiversidade e cultura amazônica.
Novos espaços para cultura e ciência
Além das atividades de ensino e pesquisa já em funcionamento, o complexo receberá diversos equipamentos culturais e científicos. Entre eles estão a Galeria de Arte da UFPA (GAU), a livraria da Editora UFPA e um auditório com capacidade para 175 pessoas.
O destaque vai para o Museu de Ciências do Patrimônio Cultural, que exibirá os achados arqueológicos revelados durante o restauro do edifício, incluindo o poço colonial recentemente descoberto. O museu permitirá que visitantes e pesquisadores conheçam de perto fragmentos da história colonial amazônica.
Legado para a COP30 e para Belém
A conclusão total da restauração está prevista para 2027. Quando finalizado, o Complexo dos Mercedários se consolidará como um dos principais centros de ciência, cultura e memória da Amazônia.
O projeto ganha relevância especial por ser entregue pouco antes da COP30, deixando um legado histórico e cultural duradouro para a cidade que receberá a maior conferência ambiental do planeta.
A transformação do conjunto arquitetônico colonial em polo de conhecimento e preservação patrimonial simboliza o compromisso de Belém com sua história ao mesmo tempo em que se projeta para o futuro.
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