
O caso que resultou na morte de Marcello Carvalho de Araújo, de 23 anos, registrado na manhã desta quarta-feira (8), em Belém, continua cercado por controvérsias e versões divergentes.
A operação da Polícia Federal (PF), que terminou com a morte do jovem, é contestada por familiares, que alegam abuso de força e questionam a conduta dos agentes envolvidos.
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Versão da Polícia Federal
De acordo com nota divulgada pela PF, os agentes cumpriam um mandado judicial da Operação Eclesiastes no edifício La Ville, situado na rua dos Mundurucus, entre as avenidas Carlos de Carvalho e Honório José dos Santos, no bairro de Batista Campos. O alvo da ação seria o líder de um grupo de extermínio que atuava no Pará, que se encontrava no imóvel no momento da abordagem.
Segundo a corporação, durante a varredura no apartamento, Marcello Carvalho de Araújo teria agredido um agente com um soco e tentado tomar sua arma de fogo. Diante da agressão e do risco de novo ataque, os policiais reagiram com disparos para conter a ação.
O jovem teria sido socorrido pelos próprios agentes federais, que acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos. Ainda conforme a PF, o verdadeiro alvo da operação resistiu à prisão, mas acabou contido e detido pelos policiais.
Família contesta e acusa agentes de truculência
Os familiares de Marcello apresentaram para a imprensa uma versão completamente diferente da relatada pela PF. Eles afirmam que o jovem não reagiu e que foi executado de forma violenta, durante uma ação considerada desproporcional, sem o jovem ter reagido a qualquer ordem policial.
A mãe da vítima, a policial civil Ana Suellen Carvalho, relatou que os agentes invadiram o apartamento antes das 6h da manhã e a renderam, mesmo após ela se identificar como integrante da Polícia Civil do Pará (PCPA).
A família reconhece que o mandado de busca e apreensão não tinha Marcello como alvo, mas sim o namorado da mãe dele, identificado como Marcelo Pantoja Rabelo, conhecido como “Marcelo da Sucata”, suspeito de ser líder do grupo de extermínio investigado pela PF e que foi preso no local.
Investigações devem esclarecer dúvidas
Com as duas versões em conflito, a investigação agora tenta esclarecer as circunstâncias exatas da morte de Marcello Carvalho de Araújo, já que o jovem não era alvo da operação. A apuração deverá identificar se houve erro de procedimento ou uso excessivo da força por parte dos policiais federais.
Um dos pontos considerados essenciais para o esclarecimento dos fatos será a análise das imagens das câmeras corporais dos agentes envolvidos, caso o equipamento tenha sido utilizado. Além disso, os laudos periciais que serão elaborados pelos peritos criminais da PF, que deverão detalhar a dinâmica e a distância dos disparos, o que pode ajudar a confirmar ou refutar as versões apresentadas.
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Necropsia
O corpo de Marcello Carvalho de Araújo foi levado para a sede da Polícia Científica do Pará (PCEPA), que apenas cedeu o espaço para guarda do corpo. O exame de necropsia será realizado por um perito médico-legista da PF, por se tratar de um caso envolvendo agentes federais. Após o procedimento, o corpo será liberado para os familiares.
Com informações de Luiz Flávio, repórter do Diário do Pará.
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