Na internet, enquanto a COP30 ainda mobiliza debates sobre seus relatórios finais e o legado deixado para Belém, um fenômeno paralelo ganhou força nas redes e plataformas digitais: a corrida pelos brindes do evento. Na OLX, onde a economia da conveniência costuma ditar o ritmo, itens simples como garrafas, pins e bolsas oficiais, ou não, têm aparecido com preços considerados absurdos - e o contraste virou assunto após o criador de conteúdo Dan Contro publicar um vídeo em seu perfil no Instagram, denunciando o surto inflacionário em torno dos souvenirs.
Na postagem, ele destaca anúncios que chegam a desafiar a lógica. Um dos exemplos é uma garrafa com a logo do Curupira, mascote da conferência, vendida por R$ 300. Há ainda um pin da China pelo mesmo valor e outra garrafa, vinda do Catar, oferecida por R$ 200. De forma irônica, o influenciador brinca que o pin do Curupira, anunciado por "apenas" R$ 100, estaria desvalorizado por ser nacional- uma provocação que expôs o humor e o desconforto diante da especulação.
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A busca rápida mostra que não se trata de casos isolados. Na OLX de Belém, basta digitar "COP30" ou "brindes COP" para encontrar um mercado improvisado. Entre as opções, há acessórios oficiais como bonés, colares, bolsas e conjuntos temáticos; além de itens exclusivos como chapéus, bottons e pins colecionáveis. A oferta se expande ainda mais com produtos personalizados, entre eles biscoitos artesanais e caixas de miriti feitas para embalar presentes inspirados na conferência.
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TIRANDO UMA CASQUINHA?
No entanto, o vídeo de Dan Contro termina com uma reviravolta bem-humorada - ou não. Ao final, ele mesmo exibe alguns brindes que recebeu nos dias de evento e os oferece ao público, sem deixar claro se está falando sério ou apenas reforçando a crítica ao comércio paralelo.
De qualquer modo, os anúncios aparecem distribuídos por categorias como "Acessórios", "Bijuterias" e até "Serviços", revelando uma rede informal de vendedores atentos ao apelo simbólico do evento. Para uns, oportunidade de lucro; para outros, sinal de exploração - ou simplesmente uma estratégia de marketing afetivo que transformou até mesmo brindes ofertados gratuitamente por países ou empresas durante a conferência da ONU em peças de desejo.
VENDA DE BRINDES DA COP30 É ILEGAL?
Não, a venda de brindes recebidos gratuitamente em eventos como a COP30 não é ilegal para o cidadão comum, do ponto de vista da legislação brasileira geral. No entanto, alguns pontos devem ser considerados:
- Propriedade e uso:
- Depois que você recebe o brinde, ele passa a ser seu. A instituição que o distribuiu abriu mão dele para fins de divulgação. A lei brasileira não proíbe a revenda de itens pessoais, desde que não sejam falsificados ou de origem ilícita.
- Ética para funcionários públicos:
- Servidores, autoridades e representantes institucionais podem estar sujeitos a códigos de ética específicos, que limitam, registram ou determinam o destino de presentes e brindes, a fim de evitar conflitos de interesse. Essas normas não se aplicam ao público em geral.
- Regras da plataforma:
- Ao anunciar em marketplaces como a OLX, vale seguir os termos de uso. Algumas plataformas podem estabelecer restrições próprias, mas, de modo geral, a venda de itens oficiais é permitida.
- Falsificação:
- A venda se torna ilegal somente quando envolve produtos falsificados ou não licenciados, configurando crime relacionado à violação de direitos autorais e propriedade intelectual.
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