Os médicos paraenses não vão atender pacientes de planos de saúde no próximo dia 7 de abril, com exceção dos casos de urgência e emergência. Eles vão se juntar aos médicos de todo o país numa paralisação nacional, no Dia Mundial da Saúde, em protesto contra os baixos honorários pagos pelas empresas pelos serviços prestados por eles à população.

Pelos mesmos motivos, os dentistas também decidiram não atender pacientes de planos de odontologia na mesma data e no dia 25 de outubro, dia nacional da categoria. Em Belém, os manifestantes vão se concentrar em frente ao Conselho Regional de Medicina (CRM-PA), a partir das 8h.

Segundo o médico João Gouveia, diretor do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), os planos de saúde “são desfavoráveis aos médicos e aos usuários e só beneficiam a eles mesmos”. A categoria quer o aumento dos honorários, hoje tabelados entre R$ 45,00 e R$ 50,00, abaixo dos R$ 56,00 estabelecidos pela Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) - que é de R$ 56,50 por consulta - e que “já está defasada.”

Outra reivindicação é que os planos façam contratos com os médicos, que os reajustes dos honorários sejam anuais, assim como são feitos os reajustes dos planos, e que seja permitido o pagamento de mais de uma consulta por mês por paciente.

O presidente do Sindicato dos Odontologistas do Pará e vice-presidente da Federação Nacional dos Odontologistas, Armando Dourado, diz que os odontologistas “sofrem as mesmas desventuras (dos médicos), mas com mais intensidade”.

Os honorários da categoria não são reajustados há 12 anos, denuncia. Uma consulta está tabelada em R$ 12,00, bem abaixo dos R$ 50,00 cobrados nos consultórios particulares. Além disso, ao contrário do que ocorre com os médicos, quando um dentista clínico geral encaminha um paciente para um especialista só quem recebe a consulta no mesmo mês é o clínico. Os que fizerem consultas depois dele só recebem após 90 dias.

Médicos e dentistas reclamam ainda que, por causa da baixa remuneração, eles são obrigados a ter dois empregos e a dar consultas e fazer atendimentos em consultórios particulares, o que resulta em alto nível de estresse. Também reclamam da violência e dos assaltos nos consultórios.

DEMANDAS

- Celebração de contratos com os médicos e aumento dos honorários anualmente, assim como valores dos planos.

- Permissão de pagamento de mais de uma consulta por mês por paciente.

- Reajuste dos honorários para, no mínimo, R$ 56,50.

(Diário do Pará)

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