Dia 31 de agosto, quarta-feira, é o Dia do Nutricionista e para comemorar a data, o Conselho Regional de Nutricionistas-7ª Região (CRN-7) dará continuidade à Campanha “Fome, Obesidade, Desperdício – não alimente este problema”.
A campanha foi lançada no dia 31 de março, Dia da Saúde e Nutrição e é uma iniciativa do Sistema Conselho Federal e Regionais de Nutricionistas, com o objetivo de alertar o poder público e sensibilizar a população para esses três problemas que afligem a humanidade.
Aqui em Belém, o cenário principal da campanha será a Praça D. Pedro II, onde haverá um estande com nutricionistas e estudantes de Nutrição, orientando a população e distribuindo materiais educativos. Os visitantes também poderão participar de brincadeiras e ganhar um prato artístico.
A campanha também acontecerá nas Unidades Municipais de Saúde da capital com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) e dos nutricionistas que atuam nessas unidades.
Para subsidiar a Campanha “Fome, Obesidade, Desperdício – não alimente este problema”, o Conselho Federal de Nutricionistas teve como fontes a Embrapa, Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Fundo das Nações Unidades para a Infância (Unicef), IBGE, Organização Mundial de Saúde (OMS), encontrando dados alarmantes.
A cada seis segundos uma criança morre de fome no mundo. No total um bilhão de crianças, homens e mulheres acordam e dormem todos os dias com fome.
Nos Estados Unidos, mais de 42 milhões de cidadãos dependem de ajuda do governo para não passarem fome, trata-se do food stamps. Por outro lado, a superpotência é o país mais obeso do mundo.
O brasileiro consome anualmente 35 quilos de alimentos, enquanto joga fora outros 37 quilos. O Brasil produz 25,7% a mais de alimentos do que necessita para alimentar toda a sua população e ainda tem gente passando fome. A cada cinco minutos, morre uma criança brasileira, a maioria de doenças da fome e 65,6 milhões de brasileiros estão em situação de insegurança alimentar.
No mundo, há 300 milhões de obesos e 5,6 % se encontram no Brasil. 30% das crianças brasileiras estão acima do peso e, dessa porcentagem, 13% são, de fato, obesas. O impacto da obesidade nos custos da saúde no Brasil chega a 1,5 bilhão de reais, dos quais 600 milhões são provenientes do SUS. Se mantiver os atuais índices de obesidade, em 10 anos, o Brasil ficará igual aos Estados Unidos, onde de cada três americanos, dois estão acima do peso.
No Pará não é diferente, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009 do IBGE, o grau de insegurança alimentar da população paraense está entre os piores do Brasil, ficando atrás apenas dos baixos níveis do Maranhão (31,2) e do Ceará (23,9). O Pará e o Piauí estão em terceiro lugar, com 22,7%, quando se leva em consideração as formas mais agressivas da insegurança alimentar.
Em 2009, pouco mais da metade da população do Pará (56,8%) informou que havia tido acesso à quantidade e qualidade suficiente de alimentos. No entanto, em 43,2% dos domicílios, os moradores responderam que não havia alimentação saudável e em quantidade suficiente assegurada.
De acordo com o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), no Pará, numa população de 850 mil pessoas, 8% das crianças, 3,7% dos adolescentes, 4,9% dos adultos, 29% das gestantes e 18,3% dos idosos estão desnutridos. Por outro lado, 25,5% das crianças, 15,1% dos adolescentes, 40,3% dos adultos, 23,6% das gestantes e 40% dos idosos estão com sobrepeso ou obesos. Portanto a fome e a obesidade são problemas sérios presentes no mesmo cenário.
Segundo a presidente d CRN-7, Aldair Guterres o combate à fome, obesidade e desperdício precisa do envolvimento de diversos segmentos, já que não é um problema apenas de saúde.
Para Aldair, são com essas ações que o profissional de nutrição tem oportunidade de mostrar o seu trabalho e ser reconhecido pela sociedade.
Saiba como evitar uma porção a mais do problema:
Fome - É preocupante que 11 milhões de pessoas ainda passem fome em um país que produz tanto alimento. A fome é fruto da desigualdade social, e um problema grave no mundo todo; mas não depende apenas da ação do governo e das ONGs fazer algo a respeito. Esta é uma causa que pertence a todos, inclusive a você. Seja voluntário em ações de combate à fome, doe alimentos, participe dos centros de distribuição de refeições, ajude a criar bancos de alimento para distribuir comida excedente. Solidariedade também alimenta.
Obesidade – Há 17 milhões de obesos no Brasil. Se continuar assim, em dez anos teremos o mesmo índice de obesidade dos EUA: a cada três americanos, dois estão acima do peso. Você pode fazer a sua parte não sendo mais um nessa estatística assustadora. Dê adeus ao sedentarismo e comece a praticar saúde. Substituir algum trajeto de carro por uma caminhada ou pedalada já ajuda. Evite frituras, doces, comidas gordurosas ou industrializadas. Abuse apenas de pratos balanceados, com legumes e verduras, e não deixe de consultar um nutricionista: ele saberá a dieta mais saudável e ideal para você.
Desperdício – Combater o desperdício vai muito além do que só comer tudo que está no prato. Procure aproveitar seus alimentos da melhor forma, usando cascas e talos em receitas diferentes e sucos. Não seja preconceituoso com a comida: folhas com bordas marrons ou frutas com partes escuras podem ser consumidas sim. Corte apenas as partes ruins e aproveite o resto, ao invés de jogar tudo no lixo. Você também deve cuidar para conservar bem os alimentos e evitar que estraguem antes do consumo. (DOL, com assessoria)
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