A data é até lembrada pela população. Mas tem gente que não sabe direito o que é mesmo essa tal ‘proclamação’ da República. O repositor Moisés Caripunas, 32, acertou o motivo do feriado de hoje, mas não sabia dizer “o que aconteceu nessa data e nem por que”. Já o aposentado Gersino Duarte, 67, acredita que “talvez tivesse menos roubo com o imperador”, desiludido com as esperadas “mudanças” que, segundo ele, até hoje não vieram. Mas talvez saibam menos ainda que a participação dos paraenses na Proclamação da República foi de grande importância.

O militar e político paraense Serzedelo Correa, por exemplo, foi encarregado de comunicar ao próprio imperador dom Pedro II que a República havia sido proclamada. Ao lado do marechal Deodoro de Mendonça estava o também militar e político paraense Lauro Sodré, que aparece, inclusive, ao lado dele no famoso quadro que retrata aquele momento histórico.

Justo Chermont, outro político paraense, também teve participação decisiva no movimento republicano e foi ministro dos Negócios Estrangeiros (hoje Relações Exteriores) de Deodoro de Mendonça, em 1891. “Os paraenses tiveram participação efetiva e decisiva”, afirma o professor Allan Watrin, 37, doutorando em História pela UFPA.

Serzedelo Correa e Lauro Sodré estudaram na famosa Academia Militar da Praia Vermelha, junto com Benjamim Constant, que foi o grande líder do movimento positivista dentro do Exército Brasileiro. Descontentes com o tratamento dispensado pelo imperador a eles, os militares acabaram promovendo o que muitos historiadores consideram um golpe militar e proclamado a República com o intuito de promover mudanças e modernizar o país, segundo Watrin.

(Diário do Pará)

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