Os pedaços de azulejos históricos do Palacete Vitor Maria da Silva, no bairro da Campina, que permaneceram espalhados pelo chão após o furto de várias destas peças decorativas no último sábado, foram encaminhados para restauração. Na tarde de ontem, uma equipe de profissionais e gestores públicos estiveram no local para verificar a situação, já que após a constatação do crime o casarão permaneceu fechado, até ontem.

Segundo Thais Toscano, diretora do Departamento do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC), da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), a vistoria foi pedida pela delegada Michele Dantas, da Delegacia de Meio Ambiente (Dema). “O prédio foi limpo e os azulejos guardados em quatro caixas. Apesar da tentativa de zelo, é possível que o recolhimento do material que restou impossibilite a restauração, já que a partir do momento em que os fragmentos são misturados, fica difícil encaixá-los novamente”, explicou.

O material foi apreendido pela Dema e a Secult está atuando como fiel depositária dos azulejos, que serão enviados ao Laboratório de Conservação e Restauração (Lacore) da Universidade Federal do Pará (UFPA), onde serão restaurados. “A perícia deve compor o inquérito instaurado pela delegada, que vai apurar a responsabilidade do furto e dos danos ao patrimônio público”, comentou. “Caso não seja possível recuperar o material, será um dano irreparável para a história do nosso Estado”, completou.

Há aproximadamente sete meses o palacete está em processo de tombamento, o que agrava a situação, pois impede que qualquer mudança seja realizada no prédio. Os azulejos roubados fazem parte de um painel secular, criados por A. Arnoux e Boulanger & Cie, no estilo Art Nouveau e remontam a Belle Époque, período áureo da borracha.(Diário do Pará)

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