Belém tem quatro praias impróprias para banho, segundo o teste de balneabilidade realizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma): Cruzeiro, em Icoaraci; Brasília e do Amor, em Outeiro; e da Baía do Sol, em Mosqueiro. Foram avaliadas as águas de 14 praias da capital paraense e seus distritos. Segundo a análise laboratorial, os locais apresentam mais de 1.000 coliformes fecais por 100ml de água.

O teste é feito a partir da coleta de água a um metro de profundidade.Segundo a chefe de Fiscalização Ambiental da Semma, Ivanelma Gomes, as providências para alertar a população já estão sendo tomadas. “Estamos providenciando as placas informativas que vão alertar os banhistas. As agências distritais também fazem ações de verão avisando a população”, afirma. Ela garante que a causa para tanta contaminação é óbvia. “Tudo isso é causado pela falta de saneamento básico, porque geralmente o esgoto que sai das casas e bares próximos as praias corre para a água”.Mas para os banhistas, parece que não há problema.

O cobrador de ônibus, Ruan Caio Rodrigues, diz que não vai deixar de ir a praia da Brasília. “A única praia que está perto da gente é essa e eu vou continuar vindo”, garante. A funcionária pública Elisabeth Siqueira também afirma que não vai deixar de curtir o verão por causa da notícia. “Pois eu estou adorando, até agora não fui contaminada e ainda vou voltar outras vezes”, diz.

A doméstica Jaqueline Caetano já não gostou de saber do resultado do teste. Ela foi com toda a família curtir a praia, mas preferiu não entrar na água. “Gente, eu não sabia disso. Nem entro mais na água”, contou, enquanto os netos já tiravam a roupa para curtir a praia. E quem vai convencer as crianças de sair? Para a cabeleireira Uyrece Ribeiro, a praia da Brasília não é tão suja como dizem. “Suja é a Praia Grande, aqui não tem problema, não”, diz.

Teoria que a vendedora Helena Lobato concorda. “Trabalho nessa praia há 20 anos e, para mim, isso é mentira. A água é uma só de Mosqueiro, Outeiro e Icoaraci. Eles querem é atrapalhar a gente”, defende.

A doméstica Socorro Silva, acredita que é preciso fazer alguma coisa para mudar essa realidade. “Essa praia é muito boa, mas alguém tem que fazer uma vistoria e uma limpeza. Não só dizer que são os banhistas os culpados, por aqui também fica um bando de navio ancorado”, argumenta.

(Diário do Pará)


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