Juros mais baixos, menos burocracia para aquisição de crédito, mais estímulo ao consumo. Uma facilidade que, muitas vezes, ao invés de ajudar a organização financeira dos brasileiros, faz crescer a inadimplência no país.

O percentual de famílias com dívidas, em junho, foi de 57,3%. Entre os tipos de dívida, o destaque vai para o cartão de crédito, apontado por 74,8% das famílias. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
E se você faz parte desse grupo, o primeiro passo é assumir a falha e procurar uma solução. “Dívida não se apaga, nem se esquece. Não adianta se confiar que depois de 5 anos o nome fica limpo porque as restrições continuam e não param de crescer”, comenta a economista Luciana Falcão.

Ou seja, comece procurando a instituição na qual tem débito e inicie uma negociação. “Apresente uma proposta, ouça o que eles lhe oferecem e pese as ofertas”, continua. Adquirir empréstimos para pagar cartões de crédito também não é aconselhável. “Mas caso seja uma emergência, como doenças e acidente, é importante pesquisar antes de solicitar empréstimos e escolher, se possível, o crédito consignado por ter taxas de juros mais baixas”, afirma. No cartão os juros podem chegar a 10%, no cheque especial 8%, crédito pessoal 6%, enquanto no crédito consignado as taxas ficam em 2% ao mês.Depois de fechado o acordo, o ideal é não parcelar compras até que os débitos estejam encerrados.

Tâmara Monteiro, atendente de telemarketing, conseguiu quitar dois cartões de lojas de departamento, mas ainda luta por uma renegociação com um banco. “A minha dívida original é 300 reais, mas agora, depois de 2 anos, já está em mais de R$2.700. Fizeram uma proposta de pagar doze parcelas de R$282, mas é muito alta pra mim”, explica. Por isso, agora, a ideia de Tâmara é guardar mensalmente 100 reais até chegar num valor em que possa quitar o débito a vista, e ganhar assim um desconto maior. “Não adianta pagar em parcelas demais porque fica juros sobre juros.”, conclui.

Uma vantagem que deve ser aproveitada por quem tem dívidas é a portabilidade de crédito. O sistema é uma maneira de transferir uma dívida com as mesmas condições para outro banco que ofereça juros menores sem ter de pagar novamente o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

(Diário do Pará)

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