Encerrou por volta das 20h30, desta terça-feira (14), a sequência de depoimentos dos quatro servidores do Instituto de Previdência e Assistência do Município de Belém (Ipamb) que tiveram a prisão preventiva decretada, na manhã de hoje, acusados de participação em um esquema de fraude.

De acordo com Nelson Medrado, procurador de justiça do Ministério Público do Estado (MPE), Oséas Batista, Sebastião Magno dos Santos Filho, Emílio Silva da Conceição e Janilson Martins Araújo foram unânimes ao tentar responsabilizar apenas o diretor de informática do Ipamb, Renato César Spinelli, pela execução das fraudes.

O ESQUEMA

Segundo o promotor Nelson Medrado, o cartão do Ipamb oferece um limite de R$300 para compra de medicamentos em duas redes de farmácias particulares. Para ter acesso ao benefício, os funcionários precisam ir à farmácia, escolher o produto e aguardar que a balconista cheque o limite disponível no cartão para liberação da compra. Após essa transação, o valor é repassado ao Ipamb, que efetua o pagamento para a farmácia, e passa a descontar em duas parcelas o valor do empréstimo no contracheque do servidor.

Na fraude, os valores disponíveis para compra eram alterados, provavelmente por Spinelli – de R$300 para cerca de R$150 mil. Mas a compra era apagada do sistema, o que gerava um rombo nas contas do Ipamb. “Há informações de que o Spinelli poderia acessar o computador do Ipamb da casa dele para alterar os dados. Ele é que atestava a exatidão da cobrança da farmácia”, disse o promotor.

CONTROVÉRSIAS

Apesar dos servidores tentarem culpar apenas Spinelli pelo caso, Medrado informou que o MPE considera os depoimentos controversos. “Não é possível que um  servidor como o Sebastião Magno, por exemplo, que já atua há cerca de 28 anos no Ipamb, não saiba que não pode receber dinheiro de particular dessa forma, inclusive assinando notas fiscais”, afirmou o promotor.

Com as “pontas soltas” que surgiram durante os depoimentos dos quatro funcionários, medrado declarou que Renato Spinelli deve ser chamado novamente para depor, com o objetivo de esclarecer os aspectos obscuros do esquema.

Após o término dos depoimentos, os acusados foram encaminhados para prisão nas dependências da corporação do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) de Belém. Eles podem ter que responder por pelo menos quatro crimes diferentes: formação de quadrilha, corrupção passiva, peculato de bem ou valor público e lavagem de dinheiro (DOL, com informações do Diário do Pará)

Leia também:

>> Presidente do Ipamb e três servidores são presos

MAIS ACESSADAS