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Fafá dos encantos de Belém e da Amazônia

A gargalhada aberta de Fafá de Belém se tornou algo tão reconhecível como o cheiro de tacacá para os moradores de Belém. É um ícone tão forte que na versão feita pela extinta banda La Pupuña ao disco clássico ‘The Dark Side of the Moon’, do Pink Floyd, é

A gargalhada aberta de Fafá de Belém se tornou algo tão reconhecível como o cheiro de tacacá para os moradores de Belém. É um ícone tão forte que na versão feita pela extinta banda La Pupuña ao disco clássico ‘The Dark Side of the Moon’, do Pink Floyd, é a risada da cantora que substitui a que se ouve na gravação original. Fafá é uma
das vozes mais reconhecíveis da música paraense.

Mas quase que nada disso seria dessa forma. “Nunca pensei em ser cantora, mas a música me ensinou a falar”, diz a cantora, ao passar em revista a própria carreira. Fafá pertencia a uma família de classe média alta e desde a infância destacava-se nas reuniões familiares com a voz afinada. Na adolescência, já gostava de música e, em parceria com amigos, fez alguns espetáculos em bares e casas noturnas. Tinha de fugir de casa para poder soltar a voz.

“Tudo começou em Salinas. Íamos de ferias e, na volta, às reuniões continuavam nos finais de semana em minha casa e na de um tio chamado Pedro e, depois ainda, no Iate Clube. Eu, menina, achava mais engraçado aquele ambiente onde a política e musica lideravam, do que ir brincar de boneca e amarelinha. E assim, ouvindo de De Lincoln a Coltrane, de Elizeth a Wanderléa fui abrindo meus ouvidos a todos e a tudo que me emociona”, diz ela.

Se jamais pensou inicialmente em ser cantora, Fafá aos poucos foi sendo levada a esse mundo. Em 1973, conheceu Roberto Santana, produtor do grupo Quinteto Violado. Ele era diretor musical da Polygram. Santana a aconselhou investir na carreira fonográfica. Fafá começou a arriscar. Apresentou-se em alguns lugares como Rio de Janeiro, Salvador e em Belém.

A abertura profissional veio com o musical ‘Tem muita goma no meu tacacá’, que satirizou o cenário político da época. O espetáculo, estrelado no Theatro da Paz, também tinha o ator Cacá Carvalho no elenco. Não haveria mais volta a partir daí.

Dois anos depois, gravou o sucesso ‘Filho da Bahia’, gravada exclusivamente para a trilha sonora da novela global Gabriela. Foi quando Fafá fez o primeiro clipe. A música estourou, mostrando uma cantora sensual, mas de voz potente. Um ano depois veio o primeiro disco, Tamba Tajá, ainda com forte pegada regional no repertório.

As músicas desse primeiro período, que se une ao segundo disco, Água, de 1977, ainda costumam ser as mais marcantes do repertório de Fafá de Belém. Tanto que ‘Filho da Bahia’ voltou a ser sucesso, com a regravação de Gabriela. E ‘Pauapixuna’, do segundo disco, está na trilha da novela ‘Amor, Eterno Amor’.

“Fico feliz e emocionada com isso. É rever minha história, o começo da caminhada. Ter ‘filho da Bahia’ em ‘Gabriela’ e ‘Pauapixuna’ em ‘Amor, Eterno Amor’, conta para uma novíssima geração onde tudo começou. É muito bacana”, diz.

O repertório mudou no meio dos anos 80 e Fafá passou a investir em um público mais amplo. Investiu a carreira também em Portugal, onde é sucesso absoluto. “Desde 2000 faço meus “produtos” e licencio para distribuição e vendas. Aos 37 anos de carreira me permito fazer o que quero e ser dona deste conteúdo. Nos últimos anos voltei a focar na
MPB e estou bem feliz. Cheguei onde muitos almejam estar: 50% de trabalho e ralação, mais 50% de viagens e diversão”, afirma.

Com o reconhecimento que a música paraense vem obtendo atualmente, Fafá diz que é importante esse atual movimento. “É bom que se tenha algum apoio. O Pará é longe e nós que chegamos sem qualquer apoio, só com a cara, o talento e a coragem, bem sabemos como é difícil “chegar lá”. Quando falo nós, falo de Paulo André Barata, Nilson Chaves, Leila Pinheiro, Sebastião Tapajós e tantos outros, os que colocamos o refletor virado para o Norte. E sinto-me, sim, pioneira, junto com esta turma”, afirma. “Sem falsa modéstia, escrevi nossa cidade e nosso povo no roteiro musical do Brasil e de Portugal”, finaliza.

(Diário do Pará)

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