Em coletiva de imprensa, realizada na tarde desta terça-feira (25), o presidente da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), Antônio Braga, esclareceu quais as preocupações da companhia que originaram a ação interposta junto à justiça paraense, que resultou na paralisação das obras do BRT, na área do Entroncamento, em Belém. O motivo principal é a impossibilidade de acesso que a obra vai causar a uma das principais adutoras de abastecimento de água no bairro do Castanheira, em Belém.

O presidente explicou que um dos blocos da obra, localizado no anel viário do Entroncamento, encontra-se sobre uma adutora, sendo sustentado por um pilar que por sua vez tem uma série de hastes de base. O acesso à adutora ficaria situado entre essas duas hastes, impedindo que qualquer tipo de intervenção emergencial de reparo ou mesmo substituição seja feito a partir da construção do pilar.

Segundo a Companhia, caso a obra fosse concluída e na possibilidade de haver qualquer intervenção futura na adutora seria necessária a demolição do BRT no trecho do Entroncamento, paralisando o trânsito e colocando em risco o abastecimento de água potável para 300 mil consumidores de Belém, Ananindeua e Marituba.

Diálogo
Braga informou ainda que, antes de dar entrada na ação, outras tentativas de diálogo com a Prefeitura Municipal de Belém (PMB) foram feitas. Ele afirmou que no início das obras a Prefeitura solicitou à Cosanpa o mapa da rede de esgoto das áreas afetadas pela obra. Ao efetuar o envio a Cosanpa teria pedido uma via de cópia do projeto que apontasse as interferências na rede de esgoto e abastecimento de água, o que não teria sido feito.

O primeiro sinal de problema aconteceu no início de junho, quando um corte na linha de abastecimento deixou moradores do bairro do Castanheira sem água por cerca de três dias. Na altura, a empresa responsável pela obra do BRT efetuou o reparo, mas não deu respostas à Consanpa sobre o problema da interferência com a adutora.

A Cosanpa requereu previamente que a situação fosse resolvida pela PMB e pela construtora Andrade Gutierrez, mediante uma das seguintes alternativas: reposicionamento de toda a estrutura da obra (base, estaca e pilar), mantendo-se um distanciamento mínimo de 3 metros da adutora ou o remanejamento do trecho da adutora que se encontra sob o referido bloco, também mantido o distanciamento mínimo de 3 metros.

A decisão da 1ª. Vara de Fazenda de Belém do Tribunal de Justiça do Estado veio em favor da Companhia, já que esta até então não teria recebido qualquer resposta das solicitações feitas com relação às obras.

Prefeitura
A Prefeitura Municipal de Belém, através da Unidade de Gerenciamento de Projetos Especiais (UGPE), informou em nota à imprensa, que até o final desta semana deve se reunir com a Cosanpa para ajustar os pontos em desacordo, no aspecto técnico e jurídico do projeto.

A prefeitura justificou que não havia se manifestado sobre ofício enviado pela Cosanpa por estar estudando a melhor forma de atender a solicitação.

(DOL, com informações do Diário do Pará)

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