Foram apresentados ontem, pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), os dados da II Avaliação do Programa de Controle da Malária no Pará. Entre janeiro e novembro deste ano foram registradas 73.366 ocorrências da doença no Pará. No mesmo período do ano passado, os registros chegaram a 107.965, o que representa uma redução aproximada de 32%. 

Segundo a secretaria, os números refletem o investimento de R$ 4 milhões no combate à doença no Estado. “Em dois anos reduzimos em 90 mil casos e tiramos 2,8 milhões de pessoas de situação de risco”, garante Bernardo Cardoso, diretor do departamento de controle de endemias da Sespa. Anajás e Itaituba ainda são os municípios com maiores casos de malária. “Itaituba não aceitou o envio de pessoal e foi o que mais subiu, de 9 mil para 14 mil registros”, justificou Cardoso.

A lista dos maiores índices da doença segue com Jacareacanga, Bagre, Novo Progresso e Breves. Oeiras e Cametá reduziram de 14 mil para 5 mil registros de malária e de 18 mil para 2.800, respectivamente. 

CUSTOS
Uma pessoa infectada com malária simples custa R$2 mil aos cofres públicos. Quando a doença evolui para forma grave e tem a necessidade de internação na UTI, o valor sobe para R$25 mil por dia. 

No ano passado, o Ministério da Saúde repassou R$ 15 milhões para locais de maior vulnerabilidade à doença. Mais de um milhão de mosquiteiros com inseticidas foram distribuídos e 194 microscópios foram adquiridos. Entre as aquisições feitas pelo Governo do Estado, estão 20 mil novos mosquiteiros impregnados com inseticida, 100 microscópios, 66 motores tipo rabeta e 80 motocicletas. 

De acordo com a própria Sespa, no Pará, seis municípios recebem contribuição do Ministério da Saúde para controlar a doença: Anajás, Cametá, Oeiras do Pará, Curralinho, Itaituba e Jacareacanga. Contudo, o diretor Cardoso garante que os investimentos para combater a malária no Pará são provenientes de recursos estaduais. “O Governo estadual não recebe verba destinada para a malária, somente para a vigilância a saúde, de forma geral”, enfatizou. Belém não tem registros da doença. 

DOENÇA
A malária é uma doença infecciosa febril aguda cujo agente etiológico é um parasita do gênero Plasmodium. A transmissão natural da malária ocorre por meio da picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, que se infecta ao sugar o sangue de um doente. 
As pessoas infectadas podem apresentar sinais e sintomas inespecíficos como: dor de cabeça, dor no corpo, fraqueza, febre alta e calafrios.

Em geral, esses quadros são acompanhados por dor abdominal, dor nas costas, tontura, náuseas e vômitos. 

(Diário do Pará)

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