Um recém integrado ao Movimento Xingu Vivo Para Sempre, identificado apenas por Antônio Carlos, foi flagrado filmando uma das reuniões sem o consentimento do grupo. A descoberta aconteceu no domingo (24), em Altamira, oeste paraense, quando o Movimento discutia o seu planejamento anual. Uma 'caneta espiã' foi usada para fazer as gravações da reunião.

Após o flagrante, Antônio gravou um vídeo alegando ter sido contratado pelo Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pelas obras da usina, para levantar informações sobre lideranças e atividades do Xingu Vivo. Também disse ter sido demitido pelo CCBM no ano passado, mas que teria retornado à função de vigilante nos canteiros de obra.

O "espião" também afirmou que o material seria analisado pelo serviço de inteligência do CCBM, com participação da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), que, inclusive, estaria enviando um agente para Altamira esta semana.

Segundo o Movimento Xingu, após confessar a espionagem, Antônio gravou um depoimento para dar maiores detalhes do trabalho. Em seguida, pediu para falar com os participantes do grupo, onde voltou a relatar seu verdadeiro objetivo no Movimento, pediu desculpas e prometeu ir ao Ministério Público Federal (MPF) para denunciar o CCBM.

PRISÃO

Ainda segundo o Movimento, as denúncias de Antônio Carlos teriam provocado a demissão de aproximadamente 80 funcionários, além da prisão de cinco pessoas acusadas de comandar a última revolta de trabalhadores, em novembro de 2012.

No mês seguinte, ele teria passado a espionar o Xingu Vivo, de forma infiltrada. Neste período, estaria acompanhado reuniões e monitorado os participantes, enviando fotos e relatos para o CCBM.

O DOL tenta contato com o CCBM e ABIM para maiores esclarecimentos.

(DOL com informações do Movimento Xingu Vivo Para Sempre)

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