O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil inicia greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira. “Estamos com um movimento unificado, com trabalhadores de Belém, Ananindeua, Marituba e Benevides. 22 mil trabalhadores vão cruzar os braços amanhã -hoje - e todos os canteiros de obra dessas cidades vão parar nessa segunda” afirma Aílson Cunha, coordenador geral do Sindicato da Construção Civil de Belém.

Aílson afirma que uma reunião no sindicato prevista para começar por volta das 9 da manhã deve definir as movimentações de hoje. “Em assembleia vamos determinar as movimentações para o primeiro dia. Podemos ter alguns fechamentos de rua, ou outras ações, mas só vamos poder dizer com certeza após a assembleia” definiu o coordenador.

Para Aílson, a greve começa por ganância dos representantes das empresas de construção civil. Durante as negociações da data base em agosto, os sindicatos receberam proposta de 9% de reajuste salarial. Como foi muito abaixo do pedido, os sindicatos solicitaram o acréscimo de uma cesta básica para cada funcionário, o que foi recusado. “A partir de então eles se colocaram contra qualquer negociação e nossa alternativa se torna grevar. A construção civil não passa por crise, há obras em todos os lados. Por uma cesta básica eles abriram margem para essa greve”, comentou Aílson.

Entre as demandas dos trabalhadores estão, além da cesta básica, o reajuste salarial em torno de 22 por cento, pagamento do vale transporte em dinheiro, maior qualificação e capacitação para as mulheres operárias e a eleição de um delegado sindical de base. “A situação da categoria chegou a um ponto de necessidade. Um servente tem como salário bruto 710 reais. Com os descontos, se chegar a 600 reais o seu pagamento ainda é muito. Como alguém sem casa própria, e com contas a pagar, pode trabalhar isso?”, aponta o coordenador sindical.

(Diário do Pará)

MAIS ACESSADAS