A Associação Profissional dos Engenheiros Florestais do Pará (Apef), que há uma semana reuniu os empresários, técnicos, produtores e trabalhadores do setor florestal madeireiro numa grande manifestação em frente à Secretaria de Meio Ambiente do Estado, mantém a categoria em intensa mobilização e já tem programadas para esta semana duas novas reuniões. Nos dias 11 e 12 (segunda e terça-feira), das 15 às 18 horas, eles vão deliberar sobre pauta única composta de três questões que afetam diretamente os seus interesses.
A primeira é a apresentação e avaliação da resposta dada pela Sema à carta de pleitos entregue pelo presidente da Apef, Raimundo Nunes da Silva, ao secretário José Alberto Colares na segunda-feira, durante a manifestação realizada em frente à Secretaria. O segundo item do encontro de dois dias será a elaboração e apresentação de posicionamento do movimento florestal madeireiro em face dos diversos gargalos que vêm inibindo o desenvolvimento do setor. Por fim, eles vão decidir sobre novo pedido de audiência ao titular da Sema para entrega do documento-síntese contendo as contrapropostas do segmento.
O presidente da associação, que também coordena o Movimento Florestal Madeireiro, disse esta semana que continuam de pé todas as reivindicações apresentadas pelo setor ao secretário de Meio Ambiente na segunda-feira passada. Raimundo Augusto confirmou haver recebido a resposta, item por item, da Secretaria. Ele não pareceu muito animado, mas preferiu não antecipar opiniões sobre o conteúdo das propostas, já que elas vão ser analisadas em conjunto pelos membros da Comissão Florestal Madeireira nas reuniões de segunda e terça-feira.
Ele deixou claro que os resultados desse encontro é que vão pautar os próximos movimentos da categoria. Raimundo Augusto observou que, conforme for a avaliação sobre as respostas dadas pela Secretaria de Meio Ambiente, poderá até vir a ser convocada uma nova manifestação, mas já aí de amplitude muito maior e envolvendo o pessoal do setor em todo o Estado.
Outra influente liderança do setor florestal madeireiro no Pará opinou, na sexta-feira, que a calmaria sobrevinda à manifestação de segunda-feira passada pode ser apenas uma trégua, já que a coordenação do movimento não pretende passar à opinião pública a imagem de intransigência e radicalismo. De qualquer forma, ele entende que não há avanços significativos nas ações que dependem do Estado e deixou claro que, se as coisas continuarem nesse pé, vai ser muito difícil evitar o embate do setor produtivo com o atual governo.
Lembrou, por exemplo, que a carta de pleitos do setor florestal madeireiro, apresentada à Secretaria de Meio Ambiente durante a manifestação de segunda-feira, é na verdade, com pequenas variações e ajustes pontuais, uma repetição de reivindicações antigas, já apresentadas e discutidas com representantes do setor industrial madeireiro no início deste mesmo governo, mas que continuam pendentes.
Na avaliação desse empresário, sem a reestruturação da Sema, o governo não tem como atender às reivindicações, como não atendeu até hoje. Neste aspecto, disse ele, já estamos caminhando para o quarto e último ano do governo e, até o momento, o Executivo ainda não enviou, para a Assembleia Legislativa, o projeto de reestruturação da Secretaria de Meio Ambiente. “Só com muita boa vontade e boa dose de inocência é possível acreditar que vão fazer agora o que não fizeram em três anos”, alfinetou.
(Diário do Pará)
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