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Filha de Nilson Pinto casa em cerimônia suntuosa

Lotar uma recepção de casamento em véspera de feriado prolongado é para poucos. Agora oficialmente casados, os jovens Sammya Lourenço e Max Guilherme Nascimento Jr. conseguiram essa façanha na noite da última quinta-feira, 14, em badaladíssimo regabofe pa

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Lotar uma recepção de casamento em véspera de feriado prolongado é para poucos. Agora oficialmente casados, os jovens Sammya Lourenço e Max Guilherme Nascimento Jr. conseguiram essa façanha na noite da última quinta-feira, 14, em badaladíssimo regabofe para 800 pessoas, realizado em um dos amplos galpões que compõem a Estação das Docas. É preciso dizer, no entanto, que os noivos – isto é, os pais da noiva, que é filha da funcionária pública Lena Ribeiro, casada com o ex-secretário de Educação e de Promoção Social do governo Jatene e deputado federal tucano, Nilson Pinto – se esforçaram bastante para isso e transformaram seu enlace em megafesta que pode ter custado cerca de R$ 600 mil (segundo cálculos de quem entende do ramo), com direito, inclusive, a área VIP para familiares e “mais chegados”.

Se Sammya um dia sonhou em ter o casamento do ano, sem dúvida chegou lá. Nada por ali era muito comum a outras festas do gênero e havia peculiaridades de sobra. O impacto começava logo na entrada. Os convidados que adentravam o salão davam de cara com uma área reservada e isolada de mesas, ainda vazias – mesas de design mais elegante do que as que estavam fora do isolamento e podiam ser ocupadas livremente. Cadeiras Tiffanys em acrílico trabalhado.

Minúsculas flores em torno de candelabros magnificamente ornamentados ao melhor gênero jardins suspensos. O esmero se espraiava pelo décor todo trabalhado no branco, em arranjos assinados pela requisitada Fátima Petrola. A iluminação caprichada, entre o discreto e o furta-cor, ficou a cargo de Jefferson Goldenberg. A voz melodiosa de Dione Colares, com repertório romântico, distraía a todos enquanto o casamento propriamente dito não acontecia.

Primeiro chegou o noivo, de braços dados com sua sorridente e jovial genitora, Adair Neves, utilizando a vistosa passarela de vidro. Enquanto esperava Sammya chegar trazida em luxuoso veículo cedido por Beta Mutran, Max Jr. observava a entrada dos padrinhos finamente trajados. A noiva chegou em alto estilo e quebrando a tradição. Ao invés de vir acompanhada pelo pai, Sammya galgou sozinha a passarela, postura que realçou ainda mais a elegância do alvo vestido de cauda, by Paula Novelino. Maquiagem e penteado de Paula Watrin. À frente, os graciosos pajens Roberta (filha da noiva) e Victor Hugo.

Manjada cena da noiva caminhando em direção ao altar sob os olhos de todos? Plaquinha de “lá vem a noiva”? Nada disso. As núpcias, em cerimônia evangélica, aconteceram em outro ponto do galpão. Os mesmos privilegiados que tinham passe para a área VIP puderam ver de perto o momento do “sim”. Para agregar valor à cerimônia, um telão instalado atrás do palco montado para receber a banda horas mais tarde transmitia ao vivo a celebração.

A transmissão começou por volta das 21h, com Sammya e Max Jr. no altar, recebendo as bênçãos do pastor. Antes, de braços abertos, em coreografia ensaiada por Fernando Alves, o noivo recebeu Sammya entoando versos em forma de declaração amorosa. Sob aplausos emocionados de parentes e amigos, os noivos ouviram então a oração do pastor Jader Santos, antes de receberem as alianças.

Mesas da pista eram atendidas pelos garçons durante a parte religiosa, mas na bandeja uma única opção: água com gelo. Uma hora depois, casamento celebrado, o alinhadíssimo bufê começou a funcionar a todo vapor.

Refrigerantes, sucos, licores, vinhos, champanhes e uísques podiam ser solicitados à vontade. Salgados finos e iguarias sofisticadas, como salmão gratinado. Os doces especiais foram encomendados à Doçuras. Julia Fontelles também deu o seu aval ao setor de delícias. A aprumada arrumação dos banheiros do salão já indicava que a diversão estava liberada: delicados saquinhos com iniciais “S & M” traziam até Engov e Doril para o caso de a fraqueza bater antes da hora.

Uma extensa mesa de frios e antepastos foi aberta em uma das pontas do salão e a movimentação ali era mais intensa, com fila e tudo, até porque o banquete (do Pomme D’Or) estava bem em frente ao cercadinho da área VIP, que começava a receber seus convidados.

Prefeitos, deputados e vereadores das mais variadas colorações partidárias; advogados, juízes, atores, colunistas sociais, badalados e badaladas estavam todos reunidos naquela ala, já sem o cordão de isolamento. Eram duas festas, lado A e lado B, quase sem nenhuma conexão entre si.

Quando os reis do camarote chegaram, guiados pelo cerimonial Sheyla Guimarães, foram passando direto para a pista, onde tiveram a primeira dança depois de casados. Festa cuidadosamente cronometrada nos mínimos detalhes e imagens vistas de perto por alguns mais íntimos, mas transmitidas pelo telão para todos, de novo agregando valor ao momento, mas, de certa forma, segregando convidados.

À saída, enquanto o som de Markinho & banda e William César & Cristiano ainda reverberava nos salões, damas elegantes derramavam elogios aos bem-casados, preparados por Lucy Lopes.

Como casamento moderno não se encerra na cerimônia, a sexta-feira foi pródiga em declarações de Sammya via Facebook e Instagram, agradecendo a todos os que contribuíram para suas núpcias de sonho. Fechou as postagens com um sonoro “Muito obrigadaaa a todos!!! Se sentindo abençoada!”. Ninguém pode duvidar de tanta felicidade.

Pompa e muitos valores agregados

Por falar no assunto, aí está uma coisa que não faltou ao casório – valores. E muitos. E mais que agregados. O bufê, de Mariazinha Fonseca, contratado para a festa, costuma cobrar R$ 150 por cabeça, o que significa que só para alimentar o batalhão de convivas o gasto beirou os R$ 120 mil.

O galpão da Estação das Docas utilizado nos festejos, que cobra R$ 9 mil por dia, foi alugado para o evento desde o domingo anterior à festa, ou seja: só para reservar o espaço, foram torrados pelo menos R$ 45 mil.

O registro dos mínimos detalhes da festança ficou a cargo de profissionais reconhecidamente caros, incluindo uma empresa que cobra R$ 40 mil pelas fotos e vídeos produzidos. A suntuosa decoração do local também é avaliada, por baixo, em R$ 100 mil.

Dizem que felicidade de filho não tem preço para os pais. Se levada em consideração a declaração de bens de Nilson Pinto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2010, quando se elegeu pela quarta vez à Câmara Federal, um apartamento de 44 metros quadrados no valor de R$ 60 mil e duas contas bancárias somando menos que R$ 7 mil, a máxima deve ser mesmo verdadeira.

Mais do que fazer os noivos felizes, o casal Lena-Nilson conseguiu a proeza de embasbacar até os mais céticos ao emplacar o segundo maior casamento da década, apenas dois anos depois de ele próprio protagonizar o primeiro, até hoje cantado em prosa e verso por socialites e penetras.

(Diário do Pará)

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