Uma tradição que completa135 anos de fé para os católicos O “Sermão das Sete Palavras” ou “Às três horas da agonia ”como também é conhecido, é uma  celebração única que convida os fiéis a refletir em sobre as sete últimas palavras ditas por Jesus Cristo antes de sua morte.

A homilia é realizada todos os anos na capela do Colégio Santo Antônio, em Belém, e um e reflexões, orações e cantos, que culminam como ponto alto da celebração, que é à entrada da imagem do senhor morto em procissão pela capela às15h, e que deixa diversos emocionados. “O cristianismo faz história e cultura. Para nós é um enriquecimento cultural para a cidade de Belém e temos certeza que essa contribuição da igreja católica para a cultura em  nosso estado mais uma vez se  manifestou”, disse o arcebispo  metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira, sobre o aniversário da celebração. 

A liturgia que se inicia sempre às12hfoicelebradapelo padre José Gonçalo Vieira,  cura da Catedral Metropolitana.  “Eu nunca imaginava fazer o sermão das sete palavras,  vim então cumprir o que o  arcebispo pediu e espero que  esses ensinamentos que são tão importantes para mim sirvam para a vivência de  todos”, explicou o padre, que  fez reflexões importantes para a  vivência dos fiéis.

Entre as sete meditações que abordavam as últimas palavras de Jesus- “Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no  paraíso”, “Mãe, eis o teu filho.  Filho, eis a tua mãe”, “Meu  Deus, Meu Deus, porque me abandonaste?”, “Tenho sede”,  “Tudo está consumado” e “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”- ,o coral de  Santa Cecília entoava os cantos oratórios, compostos pelo  italiano Giuseppe Mercadante  intitulados “As sete últimas  palavras de Nosso Senhor na  cruz” e que são cantados desde a primeira edição da cerimônia. 

CONTEXTO ATUAL – Padre José explica que o sermão tem um contexto atual, mesmo tendo sido proferido há tantos anos atrás. “As três primeiras Jesus pede ao pai por nós, pela nossa salvação, pelo perdão. E as quatro últimas palavras Jesus se refere ao diálogo dele com o pai. As palavras servem para  todos nós, para que tenhamos  confiança em Deus”, disse. “As  vezes nós não entendemos esse  sentido da morte, mas devemos  viver então com alegria fazendo  bem aos irmãos”, explicou.

Lígia Nascimentos sempre acompanha a celebração e diz sentir a presença de Deus neste momento. “Essa celebração é a expressão de nossa fé, e é  fundamental porque sem Deus, não somos nada. Cada palavra  explicada aqui faz um sentido enorme nas nossas vidas”, disse.

Para Delma Seabra, que diz  acompanhar a celebração desde  pequena, o momento é perfeito para buscar um encontro com  Deus. “É o encontro perfeito entre o ser humano e Deus. Momento de pensar em tudo que ele fez por nós e pedir perdão pelas nossas fraquezas e falhas”, disse, emocionada. 

O arcebispo completa reforçando a força da meditação das palavras para uma mudança de vida de quem as ouve. “As palavras de Jesus na cruz tem um tom de testamento. Suas palavras na cruz são palavras que tocam definitivamente no coração da humanidade e por isso é boa nova de evangelização. Cada uma dessas palavras que hoje foram meditadas são palavras de vida eterna. Hoje foi um grande avanço do evangelho capaz de converter as pessoas e envolver os corações para elas se aproximarem mais de Deus”.

(Diário do Pará)

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