Crianças com alergia à proteína do leite de vaca atendidas pelo Programa de Alergia Alimentar da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) estão sem receber o alimento desde o início de outubro.
A denúncia é de familiares das crianças que, dependendo da idade, precisam do leite especial como complemento ou até como única fonte de alimentação.

Juliana Furtado, mãe de uma criança de um ano e nove meses de idade, vive o drama de não ter o leite da marca neocate desde o dia 8 de outubro, quando o Posto de Saúde de Fátima forneceu o alimento pela última vez. Segundo Juliana, o kit do leite com duas latas custa R$300,00. A criança necessita de oito latas mensais, mas neste mês só recebeu duas e até a presente data não há previsão de quando o Posto poderá fazer novo fornecimento. “Eles dizem pra gente ficar ligando toda semana, aí quando a gente liga a informação e que está em processo de compra”, reclama.

O problema é ainda pior para crianças recém-nascidas, que costumam consumir até 24 latas ao mês. Para não ver o filho sem se alimentar, Juliana está recebendo ajuda dos parentes que moram no Rio Grande do Sul, onde o leite é mais acessível.

O leite especial é imprescindível para crianças com intolerância à lactose e alergia à proteína do leite. A sua ausência pode causar reações como perda de peso, choque anafilático, diarreia e manchas na pele. Devido à gravidade do problema e o alto custo do tratamento, os pacientes têm direito a atendimento especial assegurado por lei, através das prefeituras que devem fornecer o alimento gratuitamente.

“Meu filho depende desse leite e o município deveria cumprir com suas obrigações de assegurar o fornecimento dele”, questiona Juliana. Ela afirma que entrará com uma ação no Ministério Público, hoje, para assegurar a alimentação do filho.

A reportagem tentou contato, na noite de ontem, com a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), mas não teve retorno.

(Diário do Pará)

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