Uma mãe, que não quis se identificar, denuncia que crianças atendidas pelo programa de Alergia Alimentar da Secretaria Municipal de Saúde Belém (Sesma) não recebem há mais de duas semanas o leite especial da marca Neocate. Segundo ela, a filha possui alergia à proteína da vaca. Conforme orientação médica, a criança só pode se alimentar deste leite. 

A mãe recebe o leite na Unidade Municipal de Saúde Fátima, localizada na rua Domingos Marreiros. Ela conta que deveria obter oito latas a cada ida ao local. Porém, sai de lá com, no máximo, quatro. Até ontem, a última lata estava pela metade. A previsão é que dure até a manhã de hoje. Depois a mãe precisará desembolsar R$ 188 para que a filha não fique sem se alimentar. 

“São 120 ml a cada mamada. Ela tem de sete a oito mamadas por dia. Pelo programa, nos foi dado oito latas por mês. Eles nunca entregam as oito. Aí pedem pra gente voltar’’, diz.

A mãe ressalta que 90% da alimentação da menina é feita por leite. “Eu ligo e dizem que não tem, não chegou, venha aqui amanhã. É sempre assim. A gente vai lá e não tem. Eu mando e-mail e nem respondem mais. A gente liga e não consegue falar. Não dá pra sair de casa todo o dia e ir para lá’’. 

ALERGIA

Carmen Nascimento, 41, é mãe do Artur Barros do Nascimento, de 10 meses. Pela falta do leite, ela acrescentou frutas à alimentação do bebê para que não sinta fome. O organismo de Artur iniciou um processo alérgico. “Ele reagiu à banana, a maçã. Ele empolou, começou a tossir, ficar com coriza, inchaço, diarreia’’. 

O bebê precisa de, no mínimo 12 latas de leite, porque, além de ser alérgico a proteína da vaca, foi diagnosticado com múltiplas alergias. Mês passado Carmen gastou quase R$ 800 ao comprar quatro latas. 

O DIÁRIO não conseguiu contato com a Sesma por telefone. A reportagem mandou e-mail mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. 

(Diário do Pará)

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