Os atentados recentes mundiais que mataram cerca de duas mil pessoas em Baga, na Nigéria, e 12 pessoas na revista francesa Charlie Hebdo, serão os principais temas levantados no ato de combate à intolerância religiosa, que será realizado neste domingo, 25, às 9h30, na Praça da República, em Belém. O evento está em sua sexta edição. 

O grupo organizador do movimento é composto por 24 entidades religiosas. Durante a programação, será feita uma leitura de uma nota de repúdio aos ataques. “Faremos um pequeno cortejo e será lida uma nota de repúdio a esses atentados contra a religião”, adiantou Ílziris Miranda, do Comitê Inter-religioso do Estado do Pará.

Para os adeptos de religiões africanas, ainda falta muito para que haja respeito. “Para nós que temos entendimento da religião ainda falta muito para que sejamos respeitados enquanto religião.

Não queremos apenas tolerância e sim que sejamos de fato respeitados. Se eu toco tambor no meu terreiro, por exemplo, não quero que meu vizinho chame a polícia se isto não o agrada. Ainda falta muito para que as religiões de origem africanas sejam aceitas de fato no mundo”, defendeu mãe Mameto Nangetu, do Instituto Nangetu de Tradição Afro-religiosa e Desenvolvimento Social. 

Para ela, uma cultura de paz deve ser implantada imediatamente. “No dia será reforçada a busca pela compaixão porque, nos dias de hoje, ninguém quer conversar, simplesmente as pessoas saem xingando ou partindo direto para a agressão física. Não é só tolerar o outro, mas respeitar suas crenças religiosas. Devemos ser mais companheiros e cada um procurar enaltecer o melhor do outro, buscando uma cultura de paz”, opinou.

O evento é realizado todo dia 21 de janeiro, mas como foi ontem, dia de semana, os organizadores transferiram a data para o próximo domingo.

(Diário do Pará)

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