Regalias encontradas na cela de Ezequiel Antônio Castanha, considerado o maior desmatador da Amazônia, serão investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). Um ofício será encaminhado à Justiça Estadual e à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), nesta terça-feira (10), para pedir o fim de privilégios concedidos na prisão.

Em vistoria realizada na manhã de hoje no presídio municipal de Itaituba, no sudoeste do Estado, a promotora de Justiça Juliana de Pinho Palmeira identificou que na cela de Ezequiel Antônio Castanha existe uma série de regalias não autorizadas pela Justiça. Entre as regalias estão aparelho de ginástica, cafeteira, placa de internet e impressora. O único equipamento liberado pela Justiça que foi encontrado na cela é um notebook.

(Foto: Divulgação/MPPA)

Informada da inspeção realizada pelo MPPA, a procuradora da República Janaina Andrade de Sousa também compareceu ao presídio para acompanhar a vistoria.

Ezequiel Antônio Castanha foi preso no último dia 21 pela Polícia Federal e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A prisão é resultado da operação Castanheira, realizada em agosto do ano passado com o apoio do MPF e Receita Federal.

Os organizadores da operação desmontaram aquela que é considerada a maior organização criminosa especializada em grilagem de terras e crimes ambientais na região de Novo Progresso, no sudoeste paraense. O grupo invadia terras públicas, desmatava e incendiava as áreas para formação de pastos, e depois vendia as terras como fazendas. O dano ambiental, já comprovado por perícias, ultrapassa R$ 500 milhões.

O MPF denunciou à Justiça 23 integrantes da organização, que podem responder por um total de 17 tipos de crimes e ficar sujeitos a penas que variam de 13 a 55 anos de cadeia.

(DOL com informações do MPPA) 

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