Após assembleia geral realizada nesta segunda-feira (30), professores da Universidade do Estado do Pará (Uepa) decidiram entrar em greve a partir da próxima segunda (6). 

Docentes e alunos de 12 municípios do Pará realizaram no dia 19 deste mês, uma paralisação para chamar a atenção do governo e protestar pelo descaso com a educação. 

Entre as principais reivindicações da categoria, estão a falta de professores, falta de monitores para os laboratórios de informática e, principalmente, falta de investimento na estrutura. "Hoje, o que motivou a greve foi a situação precária em que se encontra a universidade. Os laboratórios não funcionam, não tem material, há carência de concurso público no setor, além de uma série de outros fatores", conta a professora Zaira Fonseca.

"Ainda não tivemos nenhuma resposta do governo do Estado. Eles disseram, apenas, que vão sentar para discutir só na segunda quinzena do mês de abril", conta Zaira. 

A professora explica ainda que as aulas na universidade serão mantidas nesta semana. "Na terça e quarta-feira continuaremos a ter atividades normais nas salas de aulas. A paralisação ocorre oficialmente a partir da próxima segunda, quando teremos diversos atos nas ruas da capital e Estado", explica. 

OURTRO LADO

Em nota, a Uepa informa que aguarda ser informada oficialmente pelo Sindicato dos Professores da Uepa (Sinduepa) sobre a decisão tomada em assembleia-geral nesta tarde. 

Entretanto, "a universidade reafirma o compromisso do Governo do Estado em garantir a manutenção do pagamento do Piso Nacional do Magistério aos professores da rede pública".

De acordo com a instituição, o novo reajuste fixado em janeiro pelo governo federal será incorporado aos salários já no mês de abril e a partir de maio os profissionais da educação receberão, com efeito retroativo, a diferença relativa aos meses anteriores.

A Uepa informa ainda que está em negociação com a Secretaria de Planejamento (Seplan) para a liberação de mais orçamento que viabilize um plano de investimento, em especial, para os campi fora da capital.

Diz também que aguarda a liberação de US$ 21,5 milhões a ser financiado pela Cooperação Andina de Fomento (CAF). "Os recursos permitirão a recuperação e a ampliação de todos os 20 campi, além da compra de equipamentos. O processo para a obtenção do financiamento está em análise pela CAF".

Sobre as atividades em salas de aula, a universidade afirma que não haverá alteração no calendário acadêmico e, na capital, o funcionamento do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) e do Centro Saúde Escola do Marco (CSE) será normal para "não prejudicar o atendimento à população".

(DOL)

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