Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende investigar indícios de desvios de recursos públicos na compra de insumos de peças de ambulâncias do Serviço de Atendimento de Urgência e Emergência (Samu) ainda não foi instaurada. De autoria de Dr. Chiquinho (Psol), membro da Comissão de Saúde da CMB, a CPI foi aprovada em 30 de junho por 19 dos 35 parlamentares.

O vereador vai cobrar do presidente da Casa, Orlando Reis (PSD), a instauração imediata. “O presidente da Câmara tem a prerrogativa de determinar quando instalar a CPI. Já cobramos hoje (ontem) para que se faça isso o mais breve possível, porque a sociedade merece uma resposta a cerca das denúncias feitas pela imprensa”, falou.

O CASO

Reportagens do DIÁRIO publicadas em junho último mostraram que o departamento de transportes da Sesma vem pagando às algumas empresas prestadoras de serviços valores superfaturados na compra de peças de manutenção para ambulâncias e veículos utilizados tanto pela Sesma como no Samu.

O DIÁRIO teve acesso a orçamentos eletrônicos de manutenção da área de Gestão de Frotas e a notas fiscais emitidas nos meses de maio e junho deste ano que mostram claramente o superfaturamento.

Todos os orçamentos obtidos pelo jornal foram fornecidos à Sesma pela empresa PR de Albuquerque Lima, que tem como nove de fantasia “Rapidola Pneus”. Um dos orçamentos que mais chamou atenção data de 28 de maio passado e se refere a “troca de peças, alinhar e balanceamento” (sic) para uma ambulância do Samu (placa OFS 5803, ano 2012), totalizando R$ 12.052,30.

De cara, chama atenção o valor de um item: a junta homocinética, que foi adquirida pela Rapidola Pneus no mercado paralelo, ou seja, fora das lojas autorizadas que vendem peças originais. Preço da peça: R$ 8 mil.

O DIÁRIO pesquisou o preço da peça no mercado. Na empresa “Ponto da Van”, na BR-316, a mesma junta homocinética custa R$ 210,00. Na loja online Molozzi Autopeças, no site Mercado Livre, o valor é de R$ 276,00. Ou seja, uma supervalorização de 33 vezes a média aritmética dos dois preços de mercado pesquisados.

(Diário do Pará)

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