Uma força-tarefa foi criada pela Defensoria Pública do Estado para auxiliar as comunidades de Barcarena atingidas pela contaminação das carcaças de animais em estado de putrefação acumuladas em praias, furos e igarapés da região de Vila do Conde. Quatro defensores atuarão exclusivamente na defesa dos interesses da população atingida pelo problema ambiental.

Aline Rodrigues, Andréa Barreto, Márcio Cruz e Bernardo Moraes foram destacados para se reunir com autoridades e comunidades, fazer levantamento das famílias prejudicadas com o acidente ambiental, buscar conciliação extrajudicial com as empresas envolvidas no episódio e ainda protocolar ações judiciais em caso de insucesso nas negociações.

Aline Rodrigues, que coordena a força-tarefa, disse que a prioridade é a retirada imediata dos restos mortais dos animais em todas as praias da região. Em reunião com representantes da Companhia Docas do Pará (CDP), ela conseguiu a confirmação de doação de cestas básicas para cada família atingida pelo naufrágio.

A segunda frente de trabalho será a de proposição de ações coletivas que garantam aos moradores da área água potável suficiente, cestas básicas, atendimento médico e outros. “A Defensoria vai requerer das empresas Minerva, Serveporte e Global Agência Marítima o pagamento de auxílio financeiro às famílias que estão impedidas de exercer as atividades diárias”, garante o defensor Márcio Cruz. 

Outra medida não descartada é o ajuizamento de ações individuais de indenização por danos morais e materiais. 

MELHORIAS

Aline Rodrigues informou que o remanejamento das famílias das áreas mais críticas está sendo feito pela Prefeitura de Barcarena, mas precisa de alguns ajustes e melhorias. Não há banheiros suficientes para todos os que foram alocados no ginásio de esportes do município. Ela informou ainda que também quer garantir a participação imediata das empresas no processo. Além dos cinco mil animais, a embarcação transportava 700 mil litros de combustível. Três praias de Vila do Conde, em Barcarena, além da praia de Beja e o píer onde ocorreu o naufrágio estão interditados.


A força-tarefa também inspecionou o posto de saúde municipal ontem para averiguar como está sendo feito o atendimento aos moradores afetados, além de se reunir com o secretário municipal de Saúde, Eduardo Tuma.

(Luiz Flávio/Diário do Pará)

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