A lancha que fez por apenas duas semanas o tráfego entre o distrito de Icoaraci e o Ver-o-Peso está suspensa. A Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob) justificou o curto espaço de tempo de funcionamento como uma necessidade para "análise da viabilidade da criação definitiva da linha".

A "culpa" seria da pequena procura pelo serviço, que, desde que foi inaugurado, recebeu duras críticas, principalmente pelo valor cobrado por cada travessia: R$ 10,00. A baixa ocupação já era esperada: além do valor considerado caro, as viagens só estavam disponíveis em dois horários (7h e 17h).

Na última semana, a Semob anunciou a gratuidade do serviço às quartas-feiras. Mas, hoje, em nota, disse que o procedimento estava "dentro do cronograma de avaliação do serviço". 

No dia de inauguração do serviço, o prefeito Zenaldo Coutinho fez uma grande festa no local. Talvez seus assessores não o tivessem avisado do tal cronograma.

"Ora, se a tal suspensão estava prevista desde o início, pra que tanta festa? Pra que divulgaram gratuidade se uma semana depois, a lancha não seria mais usada? Esse cancelamento às pressas está muito estranho e mal explicado. Parece mesmo mais um exemplo de desorganização da Prefeitura", Graça Oliveira, moradora de Icoaraci.

Além disso, os poucos usuários do serviço foram surpreendidos ontem (04) ao chegarem no porto de Icoaraci e saber, após horas de espera pela lancha, que o serviço não seria prestado. Ou seja, não houve nenhum aviso prévio da interrupção dos serviço.

A Semob informou que no dia 18 de janeiro lançou edital de licitação para regulamentar o transporte fluvial entre a capital e o distrito com tarifas diferenciadas. Enquanto isso, a população do distrito deve continuar tendo paciência para seguir somente com as alternativas viárias para sair diariamente de Icoaraci: a avenida Augusto Montenegro, que se transformou em um grande canteiro de obras por causa do BRT, e a rodovia Arthur Bernardes, em que os dois sentidos da via são estreitos, vários trechos possuem velocidade máxima é de 40km/h e o número de assaltos é preocupante.

(DOL)

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