Quem nunca disse ou ouviu a frase "todo político é mentiroso"? Essa generalização do cenário político mundial é bastante presente na cabeça da população brasileira, principalmente em períodos de crise política. Mas, segundo o pesquisador de Ciência Política Edir Veiga, da Universidade Federal do Pará, nem todo político é mentiroso e que os problemas políticos podem estar dos dois lados da urna.
"É uma informação que o senso comum tem, principalmente em momentos de grandes escândalos envolvendo a classe política brasileira. Somam-se ao quadro, vários valores negativos a categoria, seja devido ao descrédito por aqueles que não conseguiram cumprir promessas de campanha, ou pela experiência negativa que determinado número de eleitores teve com políticos", afirma Edir.
Segundo o pesquisador, um dos meio de desmitificar a ideia do político mentiroso é a população conhecer mais sobre os cargos públicos e a divisão de tarefas entre os políticos. Cargos do executivo, como prefeitos, governadores e presidentes, são mais fáceis de fiscalizar, administrando serviços e aplicando recursos. Já os parlamentares, como vereadores e deputados, propõem e aprovam leis, entre outras funções.
"O eleitor quer que o deputado leve o asfalto, melhore a escola, resolva seus problemas imediatos, desconhecendo que o deputado não tem esse poder orçamentário, por exemplo. Por isso, por vezes, os parlamentares são cobrados por algo que não tem atribuições como construções, obras e prestação de serviços", complementa Edir Veiga.
"Mas isso não quer dizer que todo político é igual. O importante é conseguir identificar quem está ou não comprometido com a verdade. Candidatos que fazem promessas grandiosas, mas não cumprem o que foi dito, podem mostrar que são um tipo de “político populista, sem critérios de campanha e - porque não dizer -, mentiroso”, resume o pesquisador.
(Com informações da UFPA)
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