O autônomo Francisco Rendeiro, 40 anos, costuma fumar uma carteira de cigarros por dia. Com isso, ele chega a gastar, pelo menos, R$ 7,50 diariamente. Somando tudo, no final do mês, esse dinheiro representa um gasto de R$225. “Se considerados os finais de semana, esse valor sobe para R$300 por mês”, calcula o próprio Francisco, lembrando que já tentou parar de fumar. Se ele decidisse guardar esses R$7,50 todos os dias, já teria conseguido poupar, ao longo dos 24 anos em que fuma, nada menos do que R$64.800. “O custo é realmente muito alto”. 

Presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos faz uma comparação. “É como se tal valor estivesse sendo queimado todos os dias”, avalia. Ele diz que o cigarro, além de fazer muito mal à saúde, não agrega nenhum valor. É o famoso “dinheiro jogado no lixo”. Quando se trata da questão financeira, o resultado independe do que está sendo adquirido. “Qualquer que seja o gasto, de forma rotineira ele cria um elemento que chamamos ‘acúmulo de valores’”, lembra. Isso acaba levando ao desequilíbrio financeiro. 

RENDIMENTO

Para exemplificar as consequências desses ‘pequenos’ gastos diários, o educador financeiro faz mais um cálculo. Uma pessoa que costuma gastar R$10 diariamente, mantém um custo mensal de R$300. Porém, se esse dinheiro fosse investido por 10 anos em uma aplicação com rendimento de 0,6% ao mês, ao fim do período teriam sido economizados R$52 mil. Esse montante subiria para R$ 380 mil, caso o tempo de poupança passasse para 30 anos. “Deixando de gastar aquele pouco, a pessoa poderia priorizar o que realmente sonha em comprar, como a casa própria ou um carro, por exemplo”, destaca Reinaldo. “Isso é o que se chama educação financeira”, conclui Reinaldo.

EM NÚMEROS

R$ 52 mil seriam economizados em 10 anos, se o fumante investisse o que gasta com cigarros - cerca de R$ 10 por dia - em uma poupança.

(Diário do Pará)

MAIS ACESSADAS