O Ministério Público Federal (MPF) está convocando acadêmicos brasileiros para discutir o drama das famílias ribeirinhas do rio Xingu, afetadas pela usina hidrelétrica de Belo Monte.

A reunião ampliada está marcada para o dia 11 de agosto, em São Paulo.

De acordo com o MPF, se não houver interferência imediata e qualificada no processo, o país vai assistir “uma diáspora irreversível dos ribeirinhos do Xingu”.

Dezenas de famílias perderam tudo e foram obrigadas a morar na cidade. Sem acesso ao rio e ao modo de vida tradicional, não conseguem mais se sustentar, assim como daqueles que, mesmo continuando no rio, viram o peixe desaparecer e as condições de vida deteriorarem.

“Estamos diante de uma situação de sofrimento humano extremo, em que os próprios ribeirinhos se definiram como vítimas de guerra”, ressalta a procuradora da República Thais Santi.

Para o MPF, o modo de vida ribeirinho foi totalmente desconsiderado nos estudos de impacto ambiental de Belo Monte, tornando os moradores tradicionais do Xingu invisíveis no processo de licenciamento.

O MPF critica ainda, o modo em que os funcionparios da Norte Energia S.A conduziram o processo de remoção compulsória das famílias, que não enxergaram as relações profundas dos ribeirinhos com o território expandido das casas, com a floresta e com o rio.

Em julho de 2015, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) chegou a suspender a remoção das famílias para que houvessem adequações no processo, mas logo depois emitiu a Licença de Operação (LO) da usina, sem que houvesse solução para os ribeirinhos.

(DOL)

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