Ontem, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), que tenta a reeleição, concedeu entrevista ao vivo, no programa Barra Pesada, da RBATV. Ao ser sabatinado pelo apresentador Agenor Santos, Zenaldo rebateu críticas e foi contraditório quanto a realidade vivida pela população belenense. O atual prefeito admitiu que não inaugurou o sistema de ônibus rápido (BRT), mesmo com 4 anos para tal, onde só avançou míseros 3,5 km.

"Estamos em obra", disse, como se a fase experimental, inaugurada no dia 1º de julho deste ano, que chegou a contar com a presença do governador Simão Jatene, tivesse caído no esquecimento. Na época, com foguetórios e discursos acalourados de que “faz do jeito certo”, Zenaldo chegou a liberar os ônibus do BRT para viagens “experimentais”, gratuitas durante o período de 15 dias, no entanto, até hoje, as obras não foram concluídas.

USO DA MÁQUINA

A fase de gratuidade foi alvo do Ministério Público, que representou denúncia à Justiça Eleitoral, já que a oferta aconteceu em período pré-eleitoral, podendo ser considerado abuso de poder político.

Na entrevista, Zenaldo não admitiu que as escolas municipais estão longe de serem modelos de aprendizado. Disse ser um “equívoco” falar mal das unidades, pois alega estar ampliando a educação em tempo integral, entre outros benefícios.

O prefeito candidato negou a superlotação nas unidades de saúde, diariamente denunciadas pela população. "São afirmações contrárias", à administração dele. "A nossa administração, destacadamente, investiu em saúde pública”, disse ao citar a reformado Pronto-Socorro Municipal da 14 de Março, "esquecendo" que a reabertura da unidade aconteceu após um incêndio em junho de 2015, com mortes, fruto das péssimas condições do hospital.  

R$ 496,8 milhões: é o valor do orçamento do BRT de Belém.

20%: é o percentual estimado da contrapartida da prefeitura. Os outros 80% saíram dos cofres do Governo Federal.

20 Km: é a extensão total prevista para o BRT de Belém.

3,5 Km: é a extensão de BRT que o prefeito Zenaldo fez em 4 anos.

(Michelle Daniel/Diário do Pará)

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