A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará (OAB-PA) está realizando um levantamento de informações para apurar supostos excessos cometidos por policiais militares na repressão à manifestantes que realizavam um ato do movimento "Fora Temer" na última sexta-feira (2), em Belém. Na ocasião, um cinegrafista flagrou um agente da Rotam disparando um tiro de bala de borracha em um manifestante que estava próximo da tropa.

O vídeo teve repercussão mundial e chegou a ser citado pelo jornal The Washington Post, que classificou o ato como uma repressão violenta.

"Nós tivemos acesso ao vídeo e ficamos muito preocupados com as imagens. Além da gravação, recebemos diversas denúncias sobre uso de violência pelos policiais, tanto contra manifestantes como contra advogados que estavam na manifestação", afirmou Luana Tomaz, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PA.

"Os relatos afirmam sobre disparos de balas de borracha, spray de pimenta, ameaças e agressões. Na última segunda-feira (5), nós realizamos uma reunião para analisar as denúncias de violência e discutir a ação da OAB", continuou Luana. "Nós começamos a elaborar um documento que será encaminhado ao Estado, cobrando respostas sobre a ação".

Nesta quarta-feira (7), a OAB realiza um expediente de plantão para acompanhar as manifestações em Belém, incluindo o Grito dos Excluídos, realizada no bairro de Nazaré.

"Estamos com um plantão na OAB e na própria manifestação para garantir não apenas o direito da população, mas também o exercício da profissão de advogado", concluiu Luana. "Caso seja visto ou denunciado novamente qualquer ato abusivo, nós iremos anexar no documento que já está sendo feito".

Quem flagrar qualquer excesso cometido durante as manifestações pode procurar os membros da OAB no ato ou ir à sede do órgão, na Praça Barão do Rio Branco, 93, bairro da Campina.

(DOL)

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