Tapanã, bairro de Belém onde vivem mais de 66 mil pessoas, segundo o censo demográfico de 2010 (IBGE). Apesar de abrigar fábricas, comércio, feira e inúmeras residências, o bairro se encontra em completo abandono. Os moradores denunciam que a criminalidade se combina com ruas esburacadas, muita lama, matagal e saneamento básico praticamente inexistente. “Esquecem que o Tapanã existe”, afirmou o marinheiro Nilton Fonseca, 45 anos, que já mora no bairro há 38 anos.

De acordo com Nilton, praticamente toda a área do bairro não conta com saneamento básico. Na rua onde vive, a Presidente Dutra, há muitos buracos, lama e mato. “Algumas ruas no Tapanã estão enganadas com piche, para parecer que estão pavimentadas”, denuncia. Os próprios moradores aterraram a Rua Presidente Dutra. “Tiramos dos nossos próprios bolsos”, diz Nilton.

Léa Castro, moradora, reclama do abandono. (Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)

A dona de casa Léa Castro, 43, também se revolta com a situação da Rua Presidente Costa e Silva, preenchida por buracos e lama. “É assim o tempo todo, aí quando chega época de campanha eleitoral, os candidatos vêm, fazem uma maquiagem com piche, mas nunca resolvem de verdade”, diz.

OUTRA RUA

Na Rua Marajoara, no Loteamento Açaí, os moradores preferiram fazer um buraco na via, como tentativa de fazer a água escoar. “Quando chove, alaga muito, só dá para passar de moto ou de carro”, afirma o mecânico Adevaldo Rocha, 70. Em nota, a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) diz que realiza obras de drenagem e pavimentação no Tapanã.

Na Rua Marajoara, os moradores cavaram um buraco para escoar a lama quando chove. (Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)

(Alice Martins Morais/Diário do Pará)

MAIS ACESSADAS