Continuam a surgir indícios de que a Prefeitura de Belém e a Superintendência de Mobilidade Urbana (SeMob) trabalharam e continuam atuando juntas para favorecer a empresa Belém Rio Transportes a abocanhar o maior número possível de linhas públicas em circulação na Região Metropolitana da capital.

A dirigente do órgão que fiscaliza o trânsito, Maísa Tobias, é apontada como "maestrina", do esquema ao sugerir aos empresários endividados e com carros impedidos de circular, que os mesmos deveriam "vender" as concessões de linhas de ônibus pelas quais respondem - transformando a SeMob assim em um grande balcão de negociações, quando a concessão de linhas de transporte urbano está ligada a processos licitatórios obrigatórios.

E não para por aí. Há ainda uma conversa gravada em 2014, supostamente entre Edgar Romero Junior - sócio do dono da Belém Rio, Jacob Barata, tido como magnata dos transportes no Rio de Janeiro (RJ) -, e Washington Lima, proprietário da Londrina Petróleo em que o primeiro conta que Maísa falou a Rafael Viana, um dos proprietários da falida Eurobus: "Ou você vende ou você vai ficar sem ela". Washington defende que havia uma campanha para "limpar" a Augusto Montenegro, no sentido de tirar todas as linhas que estavam nas mãos de outras empresas para repassá-las à Belém Rio. E que isso teria, inclusive, atrasado o início das obras do BRT a partir desta avenida.

Ouça o áudio da conversa entre Washingon e Edgar relatando o esquema da Semob:

(Diário do Pará)

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